Os participantes do Fórum Social Mundial (FSM) denunciaram numa Declaração Final circulada hoje aqui, as guerras, ocupações militares e tratados neoliberais de livre comércio que privatizam bens sociais, reduzem direitos e destroem a natureza. ‘Juntos, os povos de todos os continentes livramos lutas onde nos opomos com grande energia à dominação do capital, que se oculta por trás da promessa de progresso econômico do capitalismo e da aparente estabilidade política’, sublinha o texto.

Assinala que os povos do mundo sofrem “os efeitos do agravamento de uma profunda crise do capitalismo na qual os bancos, as multinacionais, conglomerados mediáticos e governos buscam potenciar seus benefícios através de uma política intervencionista e neocolonialista”.

A esse respeito enfatiza que tal política aumenta as migrações, as deslocações forçadas e as desigualdades e põe como exemplos as crises econômicas na Grécia, Chipre, Portugal, Itália, Irlanda e Espanha.

No aspecto político, o documento denuncia a intensificação da repressão, assassinatos de líderes de movimentos sociais e o que descreve como “criminalização de nossas lutas e propostas”.

A declaração recusa os tratados de livre comércio impostos pelas multinacionais e pronuncia-se “por uma integração a partir do povo e para os povos, baseada na solidariedade”.

Os participantes do FSM expressaram a certeza de que o aquecimento global é resultado do sistema capitalista de produção, distribuição e consumo e recusaram “as falsas soluções à crise climática”, ao mesmo tempo que condenaram a violência contra as mulheres exercida de maneira regular nos territórios sob ocupação militar.

Nesse particular denunciaram o falso discurso em defesa dos direitos humanos e “a luta contra o integrismo que justifica ocupações militares como as do Haiti, Líbia, Mali e Síria” e defenderam o direito dos povos à autodeterminação como nos casos da Palestina e o Sahara Ocidental, entre outros.

O FSM se desenvolveu nesta capital entre a passada terça-feira e a véspera com a participação de aproximadamente 30 mil delegados de 4600 organizações de 127 países e em uma de suas primeiras sessões rendeu homenagem ao extinto presidente bolivariano, Hugo Chávez.