Cairo, 9 mar (Prensa Latina) Um tribunal ratificou hoje aqui as sentenças à pena capital de 21 acusados da morte de 74 torcedores de uma equipe de futebol rival em fevereiro de 2012 em Port Said (norte). As condenações a morrer na forca têm que ser ratificadas pelo Grande Mufti da mesquita de Al Azhar, a máxima autoridade religiosa sunita egípcia.

Outros 52 acusados, entre eles o ex-chefe das Forças Centrais de Segurança em Port Said, condenado a 15 anos, receberam penas que vão de um ano de reclusão, até a prisão perpétua; 28 foram absolvidos.

Ao mesmo tempo, centenas de manifestantes concentram-se na cidade setentrional, palco há uma semana de violentos protestos nos quais morreram oito pessoas, três delas policiais antimotins, e que foi posta sob controle militar ontem.

Os choques de rua em Port Said introduziram outro elemento explosivo na crítica situação política egípcia pelo confronto entre o presidente Mohamed Morsi e seus oponentes agrupados na Frente de Salvação Nacional (FSN), um heterogêneo agrupamento de partidos liberais e de esquerda.

O FSN demanda a anulação da recém promulgada Constituição, a formação de um governo de coalizão, a condenação da Irmandade Muçulmana por alegada usurpação dos poderes governamentais e a depuração das responsabilidades pelas mortes de manifestantes durante a onda de protestos iniciados em novembro passado.

Horas atrás o Tribunal Administrativo ordenou a suspensão das eleições legislativas convocados para abril e o acatamento pelo presidente Morsi do ditame, satisfazem de maneira implícita a outras duas demandas do FSN, ainda que não tenham conseguido distender a crise.

As próximas horas podem resultar decisivas para os esforços das autoridades encaminhadas a apaziguar os caldeados ânimos, que mantêm o país paralisado, sendo a economia a vítima mais visível.