Cairo, 17 mar (Prensa Latina) Os partidos políticos agrupados na Frente de Salvação Nacional (FSN) desmentiram hoje que planejem se somar ao diálogo convocado pelo presidente egípcio, Mohamed Morsi. A FSN não tem intenção de sentar à mesa de negociações com o presidente, declarou à imprensa Ahmad Hassan al-Borai, um dos porta-vozes da coalizão, da qual participam partidos liberais, laicos e esquerdistas que acusam o presidente de querer islamizar a sociedade.

A recusa ocorre após as declarações do secretário do Partido Nour (salafistas), Galal al-Mourra, de que essa organização está em contato com todos os atores políticos para persuadi-los a que se somem ao diálogo como parte de uma iniciativa para resolver a crise que paralisa este país norte-africano.

Al-Mourra disse ontem à imprensa que todas as partes aceitaram em princípio participar das conversas, incluídas a Presidência, o Partido Liberdade e Justiça, braço político da Irmandade Muçulmana que levou Morsi à presidência, Construção e Desenvolvimento, Ghad e a FSN, que boicota as eleições legislativas do próximo mês de abril.

As eleições para a Câmera de Deputados estão suspensas na espera de uma sentença do Tribunal Administrativo depois uma corte decidir na semana passada a suspensão por cauda de incompatibilidades da lei eleitoral com a Constituição.

A iniciativa da organização salafista inclui a formação de um governo de unidade nacional, uma emenda à Constituição aprovada em referendo no passado mês de dezembro e a renuncia do Fiscal General Talaat Abdallah, um seguidor da Irmandade Muçulmana, três reivindicações da FSN.

Em meados da semana passada a coalizão opositora anunciou que trabalha na redação de uma proposta para tirar o país do estancamento político, mas até o presente não foram divulgads detalhes.

Existem poucas probabilidades de que estejam em curso negociações substantivas para resolver a crise e um indício nesse sentido é o anúncio de que o presidente Morsi viajará amanhã ao Paquistão para uma visita oficial.