Cairo 21 dez (Prensa Latina) A Frente de Salvação Nacional egípcia (FSN) oficializou hoje sua rejeição ao diálogo convocado pela Assembleia Constituinte, a menos de 24 horas do segundo turno do referendo sobre o projeto de Carta Magna.

Enquanto isso, entidades islâmicas se preparam, para após a prece muçulmana do meio dia de hoje, manifestações de apoio ao texto e ao presidente Mohamed Morsi, que alega que a entrada em vigor da nova Constituição “contribuirá a estabilizar o país e a consolidar os princípios da revolução”.

O governante chama de revolução as manifestações turbulentas que a princípios de 2011 obrigaram a renunciar o ex-presidente Hosni Mubarak, um firme aliado dos Estados Unidos no mundo árabe, e nas quais morreram mais de 800 pessoas e um número três vezes superior ficaram feridas.

Um debate é desnecessário; é preciso reconhecer que não há consenso nacional sobre o projeto de Constituição, disse em declarações divulgadas hoje Amr Musa, um dos principais membros do FSN, junto a Mohamed El Baradei e Hamdeen Savahi.

O texto foi aprovado por quase 57% dos votantes na primeira jornada de votações, cujo desfecho será outra convocação ao voto para amanhã, sábado dia 22.

O convite a dialogar veio de Mohamed Al-Beltagy, porta-voz da Assembleia Constituinte, questionada pela oposição, porém blindada pelo presidente Mohamed Morsi, abrigado pelos poderes ilimitados que se atribuiu a fins de novembro passado.

Musa questionou a vontade negociadora de Beltagy e se pergunta por que o órgão constituinte convoca a conversas depois da primeiro turno de votação do texto.

Comunicados oficiais divulgados aqui afirmam que em outro diálogo, convocado pelo presidente Mohamed Morsi e que leva já quatro encontros realizados, ficou claro que à Constituição não poderão ser agregadas emendas nos próximos dois anos.