A Frelimo, partido no poder em Moçambique, criou uma comissão para debater as questões que a Renamo tem vindo apresentar para tentar justificar as suas ameaças de retorno a guerra.

Um comunicado da Frelimo destaca que o partido no poder tem sempre privilegiado o diálogo com as forças vivas da sociedade, com vista à preservação da Unidade Nacional, da Paz e à promoção do desenvolvimento sustentável e inclusivo do país.

Neste âmbito, segundo o comunicado, a Frelimo tem permanentemente mantido encontros de diálogo com diversas sensibilidades moçambicanas, na busca de soluções para os problemas que afligem a sociedade.

O documento destaca que, porque a Renamo tem manifestado interesse no diálogo, a Frelimo decidiu criar uma Comissão constituída por quatro elementos, designadamente, Afonso Meneses Camba, Manuela Mapungue, Yolanda Matsinhe e Renato Mazivila.

Assim, a Frelimo, exorta o povo moçambicano, a continuar a participar activamente na consolidação da Unidade Nacional, da Paz e da Harmonia, factores fundamentais na Luta Contra a Pobreza.

Refira-se que o líder da Renamo, Afonso Dhlakama, voltou, esta terça-feira, a ameaçar retornar a guerra para combater o Governo da Frelimo caso não atenda as suas reivindicações.

“Eu preparo homens e, se for preciso, sairemos daqui e destruiremos Moçambique”, declarou Afonso Dhlakama, ex-chefe da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo), antiga guerrilha, citado pela agência AFP.

O líder da Renamo abandonou a sua residência em Nampula, Norte de Moçambique em Outubro passado, para se fixar na sua antiga base, em Gorongosa, província central de Sofala, com algumas centenas de homens.

A partir de la o líder da Renamo tem ameaçado retornar a guerra acusando o governo de se apoderar de todas as riquezas do país e exige uma reforma do sistema eleitoral para evitar fraudes, além de uma distribuição melhor dos royalties do carvão e do gás.

A base de Gorongosa foi utilizada pela Renamo, para as suas acções de guerrilha, durante os 16 anos de guerra civil terminada em 1992 com a assinatura do Acordo Geral de Paz em Roma, Itália.