Assunção, 28 set (Prensa Latina) A detenção do dirigente camponês paraguaio Rubén Villalba reviveu a investigação inconclusa de um fato utilizado por forças políticas para facilitar a destituição do presidente constitucional Fernando Lugo

Villalba é acusado de dirigir uma resposta armada ao desalojamento pela força de terrenos de um latifúndio que foram ocupados por camponeses sem terra na localidade de Curuguaty em junho passado, o qual teve o saldo de 11 lavradores e seis polícias falecidos.

Durante os meses seguintes, permaneceu oculto enquanto buscou-se lhe intensamente pela polícia sem resultado porque, de acordo com a declaração feita a um canal televisivo pelo comissário que dirigiu a operação de captura, foi ajudado por pessoas humildes da zona.

A principal imputação contra Villalba, remetido por um juiz à penitenciária de Tacumbé, nesta capital, é ter treinado aos camponeses ocupantes do prédio no uso de armas e executar os primeiros disparos que levaram a morte de um dos chefes da polícia.

No entanto, além de que Villalba negou essas acusações e disse não estar armado no dia do fato, as declarações de outros camponeses detidos então, destacaram como a primeira vítima daquele dia ao líder agrário Abelino Espínola, ao entrar em conversas com a polícia.

Isso significou, segundo declararam essas testemunhas naquele momento, que se provocou desta forma o confronto por interessados na generalização do choque com as trágicas consequências registradas.

Para além da transcendência que terão as declarações de Villalba, citado pelo juiz hoje, sua detenção recorda que os impulsores do expedido julgamento político a Lugo responsabilizaram ao presidente com os fatos e converteram o sucedido em argumento para sua destituição.

Nesse palco é que ganha ainda maior importância a contribuição que possa fazer Villalba como testemunha da primeira mão à investigação considerada inconclusa pela promotoria à qual lhe foi atribuído o caso.