O antigo Presidente sul-africano, Thabo Mbeki, criticou quinta-feira a Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), considerando que a sua campanha na Líbia e na destituição do Presidente ivoiriense, Laurent Gbagbo, eram consequências dum “racismo persistente” e do fracasso do século XX em resolver “o problema da barreira racial”.

“A realidade é que os órgãos competentes da ONU (Conselho de Segurança e Gabinete do Secretário-Geral) traíram as suas obrigações em termos de Direito Internacional, em particular as prescritas pela Carta da ONU”, indicou Mbeki num discurso pronunciado na Universidade do Cabo Ocidental, na África do Sul.

Sobre a Líbia, Mbeki indicou que a recusa inicial da União Africanan (UA) e do Governo sul-africano de reconhecer o Conselho Nacional de Transição (CNT) não se deveu à corrupção com “petrodólares”.

Mbeki lembrou que a África do Sul e a União Africana foram acusadas de se opor à decisão do Conselho de Segurança das Nações Unidas de proceder a uma mudança de regime na Líbia, “porque fomos corrompidos com petrodólares”.

“Mais uma vez, rejeito categoricamente estas mentiras segundo as quais a UA dependia da Líbia para o seu orçamento e que a Líbia apoiou o Congresso Nacional Africano de qualquer maneira que seja durante o período da nossa luta contra o regime de apartheid antes de 1990”, acrescentou Mbeki.