Essa é forma de comunicação que tem trazido a possibilidade do exercício experimental de uma das propostas do movimento mundial: a democracia direta.

A assembléia como espaço aberto ao diálogo, permite a colocação de temas práticos, do dia a dia da acampada à questões políticas e opiniões.

Os gestos que são feitos por cada participante, por hora tem os significados: “concordo”, “regeito”, “redundante”, “não escuto”, “vc está saindo do tema”, sendo que alguns foram se incorporando à medida que avançavam os dias.

Os gestos, tem várias funções, sendo algumas delas, permitir que aquele que fala tenha a possibilidade de reconhecer na hora a opinião de quem olha, assim como para todos que estão presentes, a manifestação pessoal permanente, e em vários momentos permite saber se o consenso se fez ou não.

Em nenhum dia foi feita votação, por se primar pelo consenso e em vários momentos foi possível construí-lo de forma notável. Algumas pessoas ao ver que sua proposta não era aceita a retiraram de imediato, por primarem pela inteligência conjunta, sem que se gerasse discussões ou climas. Em alguns momentos, havendo muita divergência, se abriu mais inscrições para o tema, em mais uma rodada de opiniões.

Um dos modelos para organizar a assembléia continha um moderador, uma pessoas anotando as inscrições, outra o tempo ( em geral 2 min. por pessoa) e assim, tentar que em um tempo médio de 2:30h, viver a experiência do concenso.

O temário já foi construído na hora, uma hora antes, e depois se incorporou, com o passar dos dias um caderno para inclusão permanente dos assuntos.

Em uma das assembléias se criticou o formato, com o comentário de que se poderia experimentar um modelo mais “solto”, o que foi feito dias depois, somente mantendo o formato da roda e uma sinalização com as mãos em forma de números de cada um que queria falar;

Existem pessoas que estão se encontrando para conversar sobre a assembléia e refletir sobre formas de melhorar o formato, tendo como foco, o que ajudaria a incluir as pessoas no diálogo, o que ajuda a busca do consenso, o que pode agregar fluidez.

Assim também se conversou sobre o sentido maior da assembléia, quando seria importante convocar, o que tira sua força e o que faz com que ela aconteça mais plena.

Toda essa experiência foi construída com o passar dos dias, e com alguns elementos trazidos da experiência internacional.

Desde já sendo uma realidade para quem a vive, o exercício do consenso tem sido uma das construções que a Acampada de São Paulo produziu nesses já 17 dias.