Essa triste constatação foi apresentada pelas Nações
Unidas logo após a declaração de independência do Sudão do Sul, no último dia 9 de
julho.

De acordo com o relatório das Nações Unidas, o Sudão do Sul apresenta “alguns dos
piores indicadores de desenvolvimento” do mundo.

**Estabilização, ação humanitária e social e justiça**

Na reunião realizada em Genebra no dia 19 de julho, a coordenadora humanitária das
Nações Unidas no Sudão do Sul, Lise Grande, informou que a Equipe de País das
Nações Unidas se alinhará com as prioridades do novo governo em quatro áreas: ação
humanitária, estabilização e proteção, progresso social e justiça, estruturação do novo
governo e definição de responsabilidades.

Durante a reunião organizada pelo Conselho Econômico e Social das Nações Unidas
(ECOSOC), Grande relatou que a população do Sudão do Sul, estimada em 9 milhões
de habitantes, constitui-se em sua grande maioria de jovens provenientes da área rural,
pobres e incultos”.

**Do tamanho da França, Afeganistão ou Quênia, mas…**

Segundo Grande, apenas quatro por cento das terras aráveis são aproveitadas para o
cultivo, de um território que tem o tamanho da França, Afeganistão ou Quênia e apenas
1% das famílias possuem conta bancária.

Metade da população não tem acesso à água potável e estima-se que somente uma
pessoa em cada cinco utiliza as unidades de saúde durante a vida e menos de 10% das
crianças concluíram o ensino fundamental.

“Uma menina de 15 anos no Sudão do Sul tem mais chances de morrer ao dar à luz do
que concluir seus estudos”, complementou.

**Nem todas as más notícias são tão ruins**

Mas Grande observou que o Sudão do Sul apresenta um progresso substancial desde
2005, quando o Amplo Acordo de Paz pôs fim à longa guerra civil entre o norte e o sul
do Sudão.

No final do ano passado foram realizadas eleições multipartidárias para a presidência
e para o parlamento, foram estabelecidos serviços policiais, prisionais e o judiciário e
mais de 6.000 quilômetros de estrada foram reformados, ligando as principais cidades e
distritos.

Ela ainda ressaltou que a matrícula na escola primária quadruplicou, as taxas
de infecção por verme da Guiné decresceram mais de 90% e o país está livre de
poliomielite.

Grande ressaltou que a ONU tem o propósito de ajudar o país a atender as necessidades
das pessoas que retornam e dos refugiados, a ampliar a autoridade do Estado para
tornar as áreas mais seguras, auxiliar na melhoria da condição de vida, lutar contra a
impunidade e garantir que os governos sejam responsáveis e transparentes.

[http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=39085&Cr=south+sudan&Cr1=#](http://www.un.org/apps/news/story.asp?NewsID=39085&Cr=south+sudan&Cr1=#)

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