Depois de anunuciar, num primeiro momento, que este número era *”10 milhões de vezes superior”* ao tolerável, a Tepco convocou uma entrevista coletiva urgente para admitir que havia se equivocado, indicando ter confundido os elementos radioativos analisados.

A Tepco confirmou o nível de *”1.000 milisieverts por hora”*.

Isto significa que o combustível no núcleo do reator provavelmente sofreu danos durante um princípio de fusão, provocado logo depois do terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março, que danificou a central de Fukushima.

*”Detectamos nas amostras de água taxas elevadas de césio e outras substâncias que geralmente não são encontradas na água do reator. Existe uma forte chance de que as barras de combustível tenham sido danificadas”*, advertiu a operadora.

Foram detectados níveis de radioatividade de várias centenas de milisieverts por hora em torno dos reatores danificados da central, obrigando uma evacuação temporária dos funcionários que trabalham para conter a crise em Fukushima.

Na última quinta-feira, três técnicos que usavam apenas botas de borracha foram contaminados pela radiação ao caminhar por uma poça de água altamente radioativa durante uma intervenção na sala da turbina do reator 3, onde o nível de radiação chegava a 180 milisieverts por hora.

Dois deles precisaram ser hospitalizados com queimaduras nos pés.

Cerca de 500 técnicos, bombeiros e militares trabalham dia e noite na central de Fukushima para tentar resfriar os reatores com canhões de água, bombas elétricas e uma bomba equipada com uma grua de 50 metros, capaz de modificar o nível das piscinas de combustível irradiado situadas sobre os reatores.

Neste domingo, centenas de pessoas participaram de manifestações nas cidades de Tóquio e Nagoya, pedindo que o governo abandone suas centrais nucleares, atemorizados com as consequências do acidente da usina de Fukushima.

Em um país onde a causa antinuclear tradicionalmente mobiliza poucas pessoas, cerca de 300 pessoas se reuniram em Nagoya, atendendo à convocação de estudantes secundaristas preocupados com a situação em Fukushima, gravemente avariada depois do terremoto seguido de tsunami do dia 11 de março.

Em Tóquio, pouco mais de 300 manifestantes participaram de uma passeata no bairro de Ginza, gritando slogans como *”Não precisamos de energia nuclear”*.