*”Toda a sociedade precisa de consentimento, num nível ou em outro”*.

*”Enviamos mensagem forte a nossos aliados na região dizendo ‘tomemos o exemplo do Egito mais que o do Irã'”*, declarou Obama durante entrevista à imprensa na Casa Branca, quatro dias após a derrubada do presidente egípcio Hosni Mubarak.

*”A mensagem que temos a transmitir aos amigos quanto aos inimigos, antes mesmo das manifestações no Egito, é dizer que o mundo mudou”*, declarou o presidente dos Estados Unidos, que havia feito um pronunciamento sobre o assunto, no Cairo, em 2009.

*”Há no Oriente Médio uma jovem geração dinâmica, em busca de uma chance. E se governamos um destes países, precisamos levar em conta as mudanças, não podemos nos permitir sermos arrastados”* (pelos acontecimentos), acrescentou o presidente americano.

Mubarak, aliado dos Estados Unidos durante 30 anos, foi encurralado pelos protestos de rua até sua demissão, realizada menos de um mês após a de outro dirigente do mundo árabe, o tunisiano Ben Ali.

Desde o afastamento de Mubarak na semana passada, manifestações foram realizadas em outros países da região: Argélia, Iêmen, Bahrein.

No Irã, milhares de pessoas foram em pequenos grupos na segunda-feira, ao centro de Teerã, atendendo a apelo dos líderes da oposição, o ex-primeiro-ministro Mir Hossein Mussavi e o ex-presidente do Parlamento, Mehdi Karubi, apesar da proibição das autoridades.

As manifestações, durante as quais duas pessoas foram mortas e nove policiais ficaram feridos, são as primeiras no período de um ano. Visavam oficialmente a apoiar os movimentos populares no Egito e na Tunísia.

Barack Obama considerou *”irônico”* o fato de os líderes iranianos no poder *”fazerem menção de celebrar o que acontece no Egito, quando na realidade praticam exatamente o contrário, agredindo pessoas que tentam se exprimir pacificamente”*.

*”Espero que o povo do Irã continue a ter a coragem de expressar sua sede de liberdade e seu desejo de ter um governo representativo”*, disse o presidente americano.

Sobre a situação no Egito, Obama considerou que havia *”evidentemente ainda muito trabalho a fazer”*, mas *”o que vimos até então é positivo”*.

“O Egito precisará de ajuda para construir as instituições democráticas e reforçar a economia afetada pelos acontecimentos”, disse.

“O conselho supremo das forças armadas está no comando e reafirmou que os tratados com países como Israel e os compromissos internacionais seriam respeitados”, felicitou-se o presidente americano.