Hillay Clinton destacou que os Estados Unidos *”estão em contato com numerosos líbios que tentam se organizar naquele país, no momento em que a revolução chega ao oeste”*. *”Estamos no início da era pós-Kadhafi”*.

A declaração da secretária de Estado ocorre após o Conselho de Segurança da ONU aprovar, na noite de sábado, uma bateria de sanções contra o regime de Kadhafi, e encarregar a Corte Penal Internacional de investigar a repressão na Líbia, que pode constituir crime contra a humanidade.

*”Os ataques gerais e sistemáticos que atualmente ocorrem contra a população civil podem equivaler a crimes contra a humanidade (…) e o Conselho decidiu enviar a questão à Corte Penal Internacional”*.

Os quinze países membros do Conselho de Segurança aprovaram ainda um embargo de armas contra a Líbia, e a proibição de viagens e o congelamento de bens de Muammar Kadhafi.

O Conselho exigiu também o fim imediato dos ataques contra civis *”incitados desde o mais alto nível do governo líbio”*, e pediu às autoridades líbias que ajam *”com a maior moderação”* e *”garantam a segurança de todos os estrangeiros”*.

A resolução exige ainda *”o trânsito seguro de material humanitário e médico”*, e a suspensão *”imediata de todas as restrições”* aos meios de comunicação.

A proibição de viajar e o congelamento de bens envolve o líder líbio, oito de seus filhos, e funcionários da Defesa e Inteligência ligados à repressão, totalizando 16 nomes.

O embargo de armas contempla todas as vendas e transferências de armamento de qualquer categoria, incluindo munição, além da assistência militar.

As decisões de Washington e do Conselho de Segurança ocorrem no momento em que a rebelião líbia anuncia a criação de um *”Conselho Nacional”* para representar as cidades *”libertadas”* do regime de Khadafi.

*”Anunciamos em todas as cidades libertadas da Líbia a criação de um Conselho Nacional”*, disse Abdelhafez Ghoqa em Bengazi, segunda cidade da Líbia e bastião da revolta.

*”Ainda não podemos chamar de governo de transição, será um conselho nacional até Trípoli ser libertada”*, destacou Ghoqa.

Segundo fontes revolucionárias, várias cidades do oeste da Líbia estão *”nas mãos do povo e preparam a marcha para libertar Trípoli”*.

O advogado Chaban Abu Sitta, membro do comitê revolucionário, declarou à AFP que já foram *”libertadas”* as cidades de Nalout, Al Rhibat, Kabaw, Jado, Rogban, Zentan, Yefren, Kekla, Gherien e Hawamed.

*”Estamos sob a autoridade do governo interino de Bengazi. Com todas as cidades libertadas da montanha do Yebel Nafusa e as que se encontram do outro lado da montanha, nos preparamos para marchar sobre Trípoli e libertar a capital do jugo de Kadhafi”*.