O evento foi promovido pela Organização das Nações Unidas (ONU) e reuniu chefes de governo da América Latina e Caribe, Europa e África, além de chanceleres, empresários e ativistas para fortalecer a ideia de cultura de paz. Com o tema “Unindo as culturas, construindo a paz”, os participantes do evento pediram mais diálogos entre as nações e convivência pacífica entre as diferentes culturas e civilizações.

“A nossa nação é construída pelo próprio conceito de integração”, disse o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em mensagem de boas vindas às delegações, através de um vídeo no site do evento. Durante o Fórum, o presidente Lula foi um dos principais defensores do diálogo entre os países para que haja a paz mundial.

No encerramento da cerimônia, no sábado (29), Vera Machado, subsecretária política do Ministério das Relações Exteriores do Brasil, disse que o Fórum do Rio de Janeiro buscou consolidar a necessidade da elaboração de planos nacionais e estratégias regionais em todo o mundo para lidar com a diversidade cultural. Ela afirmou que a ocasião foi importante porque “todos puderam compartilhar ideias, desenvolver novos pensamentos e colaborar para construir uma confiança mútua”.

Já o chanceler da Espanha, Miguel Moratinos, disse esperar que os 7 mil participantes levem de volta para seus países a defesa dos ideais da Aliança de Civilizações, grupo criado em 2005 pela Espanha e Turquia e que hoje envolve 120 países e organizações internacionais. “O governo espanhol vai continuar apoiando a iniciativa da Aliança de Civilizações, mas seu sucesso dependerá de que os participantes desse evento exijam, reclamem e peçam a concretização das ações discutidas aqui”, declarou.

O chanceler turco, Ahmed Davutoglu, disse esperar que a interação entre as diferentes civilizações traga mais compreensão mútua ao mundo e que “por meio do diálogo entre as civilizações, poderemos resolver problemas políticos, como o da Palestina”. Disse ainda que a proposta “pode trazer uma nova atmosfera à ordem política, evitando crises”.

O Fórum teve sua primeira edição em 2008, na capital da Espanha, Madri. A proposta da aliança surgiu em 2004, após atentados terroristas na cidade espanhola, como uma tentativa de superar preconceitos e percepções equivocadas que muitas vezes, levam a conflitos entre nações e comunidades heterogêneas.

A ideia é contribuir para o estreitamento das relações entre sociedades de extração cultural e religiosa diversa, combatendo o extremismo. A Aliança é formada por 100 países e 20 organizações não-governamentais (ONGs) que atuam em quatro áreas consideradas prioritárias: educação, juventude, meios de comunicação e migrações. A quarta edição do Fórum, em 2011, será realizada no Catar, no Oriente Médio.

Segundo o secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, a missão da Aliança de Civilizações tem como itens mais importantes a promoção de uma sociedade mais inclusiva, o acesso ao emprego a jovens de todo o Oriente Médio, a questão da migração na Europa e a difusão de uma educação mais equitativa para os jovens da África.

Com informações da Agência Brasil e do site do Fórum (http://www.aliancadecivilizacoes.mre.gov.br/pt-br/).