Mesmo antes do início oficial, no último dia 2 de outubro quando partiu da Nova Zelândia em direção à Austrália, a Marcha Mundial já havia realizado inúmeros encontros e alcançado vários objetivos:

A primeira boa notícia é que o Comitê Nobel outorgou à equipe internacional a missão de difundir a “Carta por um Mundo sem Violência” ao redor do mundo. A carta foi elaborada por 19 membros laureados com o Prêmio Nobel, entre eles: Mairead Corrigan Maguire, Mikhail Gorbachev, Lech Walesa, Frederik Willem De Klerk, Desmond Mpilo Tutu, Escritório Internacional da Paz, Muhammad Yunus, e Wangari Maathai.

O primeiro grupo a aderir à iniciativa foi o povo Moriori. Este grupo indígena, primeiro membro da Marcha Mundial pela Paz a ratificar esta carta, descende de uma sociedade pacifista, os Moriori, que receberam a equipe internacional na ilha de Rekohu. “A nossa adesão se ajusta ao espírito de nossos antepassados, que perderam a vida em troca da paz”, ressaltou Maui Solomon, porta-voz para a fundação Hokotehi Moriori.

A travessia da equipe internacional serve de inspiração para uma diversidade de marchas simultâneas ao redor do mundo, a primeira das quais chegou a Wellington há dois dias. Seis marchadores, entre 19 e 59 anos, cobriram a pé 207 km desde Whanganui até a capital, uma jornada que durou 9 dias. “Nós resistimos ao frio, ao vento e à chuva para estarmos aqui com vocês. Muitas pessoas que encontramos no caminho disseram que éramos loucos, mas ao mesmo tempo comoveram-se com o nosso compromisso. Dissemos a eles que cada um de nós pode fazer a diferença dando um passo de cada vez…” explicou Carla Donson, cujas palavras sinceras e verdadeiras emocionaram a platéia ali presente.

Prefeitura recebe marchantes
Os marchadores e o número de ativistas pela paz foram oficialmente recebidos na Prefeitura de Wellington pelo assessor da Prefeita Celia Wade-Brown. “Após acompanhar os participantes nesta Marcha por alguns dias, percebi o quanto o apoio à Paz transcende idiomas e fronteiras. Uma vez que nossos marchadores focaram soluções ao invés de apontar diferenças, isto significará um passo extraordinário para uma sociedade não-violenta”. Rafael de la Rubia observa que foi “a primeira vez na história, que tantas causas boas puderam se reunir em torno de um projeto global”.

Para finalizar o dia, vários representantes da Marcha Mundial pela Paz participaram de uma mesa redonda em torno da questão do desarmamento, assistido por Robert Green, veterano piloto da RAF e ativista pela paz, Don McKay – embaixador das Nações Unidas em Genebra, Aly Ware – coordenador da Marcha Mundial pela Paz na Nova Zelândia e Rafael de la Rubia, porta-voz da Marcha Mundial.

Os participantes também visitaram uma exposição temporária sobre Gandhi, organizada pela Fundação pela Paz da Nova Zelândia. Incentivados pelo sucesso inicial desta ação global, os participantes receberam o bracelete de identificação e uma série de faixas que serão exibidas nos próximos três meses.

Tradução do inglês para o português: Janete Inamini