O brasileiro Alexandre Sammogini, um jornalista de 35 anos descendente de japoneses, viaja a Hiroshima, como participante de um seleto grupo de convidados especiais da prefeitura da cidade para a homenagem anual às vítimas da bomba atômica, às 8:38 da manhã do dia 06 de agosto. Ele representa o Brasil na comitiva da Marcha Mundial pela Paz e Não-violência, iniciativa inédita em nível mundial, que terá início oficial no dia 02 de outubro, na cidade de Wellington, Nova Zelândia, percorrerá mais de 100 países – incluindo zonas de conflito, e terminará em 02 de janeiro na Argentina, nos pés do monte Aconcágua.

Contudo, a prefeitura de Hiroshima preparou, para o dia 05 de agosto, uma cerimônia simbólica para reforçar a importância da Marcha Mundial no momento atual, que inclui a entrega de uma tocha acesa ao prefeito neozelandês Bob Harvey. “O objetivo da cerimônia é reforçar o caráter da Marcha Mundial no que diz respeito à eliminação da ameaça nuclear para a humanidade hoje, apesar de que reivindicamos também a retirada e devolução de territórios ocupados, entre outros pontos”, explica Sammogini.

Ele também participará, em Nagasaki, entre 07 e 10 de agosto, da assembléia anual da organização Prefeitos pela Paz, que congrega hoje mais de 3 mil prefeitos de cidades em todos os continentes, com o objetivo de conseguir o fim das armas nucleares até 2020, por meio da adesão de políticos ao chamado Protocolo de Hiroshima e Nagasaki. O encontro é considerado uma das iniciativas mais importantes de preparação para a Conferência da ONU de revisão do Tratado de Não-proliferação de Armas Nucleares, que acontecerá em maio do ano que vem.

“Esse tratado não está sendo cumprido e tem uma série de problemas, como o de deixar de fora países como os EUA e a Coréia do Norte, por exemplo. Por isso é que nós, da Marcha Mundial, encampamos a adesão do Protocolo de Hiroshima e Nagasaki no nosso leque de atividades. E vamos aproveitar o dia 06 de agosto para divulgar o documento nas homenagens que a Marcha está realizando em mais de 300 capitais e grandes cidades, incluindo São Paulo, Rio de Janeiro, Recife, Curitiba, Canoas, só para citar algumas brasileiras”, explica Sammogini.

Atualmente, 10 prefeitos brasileiros já aderiram ao protocolo e o objetivo da Marcha Mundial é elevar esse número para 100 até o final de agosto, com a ajuda dos prefeitos já aderidos e de outros políticos que estão aderindo, como os deputados federais Aldo Rebelo e Walter Ihoshi, que se comprometeram a estender o convite aos prefeitos de seus respectivos partidos (PCdoB e DEM). Os prefeitos que já aderiram são: Gilberto Kassab (São Paulo), Luiz Marinho (São Bernardo do Campo), Emídio Pereira de Souza (Osasco), João Paulo Tavares Papa (Santos), Eduardo da Costa Paes (Rio de Janeiro), Carlos Alberto Richa (Curitiba), Duciomar Gomes da Costa (Belém), Marcio Araujo de Lacerda (Belo Horizonte), Tarcisio João Zimmermann (Novo Hamburgo), Jairo Jorge (Canoas – RS).