A Comunidade Bahá’í do Brasil conta novamente com seu apoio junto à defesa das sete lideranças bahá’ís, ex-membros do grupo conhecido como Yaran, que se encontram na Prisão de Evin, Irã, há mais de um ano.

Segundo as últimas informações recebidas, estes indivíduos, serão julgados no dia 11 de julho de 2009, sob jurisdição da Vara 28 da Corte Revolucionária do Irã.

Conforme compartilhado em nossa comunicação datada de 16 de fevereiro de 2009, as sete lideranças bahá’ís formavam um grupo ad hoc autorizado e reconhecido pelo governo iraniano que coordenava as atividades comunitárias dos 300 mil bahá’ís que residem no país. Entretanto, desde os anúncios feitos pelas autoridades iranianas de que a formação e atividades do grupo eram de caráter ilegal, o grupo se dissolveu, numa demonstração voluntária do princípio de obediência ao governo observado pelos bahá’ís.

É importante resgatar que os cinco homens e duas mulheres bahá’ís que serão julgados foram presos sem qualquer acusação formal e que no decorrer de mais de um ano de prisão o direito a defesa legal lhes foi negado. Ao longo deste período, acusações sem evidências foram apresentadas, sendo que uma nova acusação foi agora apresentada: “disseminação de corrupção na Terra”, punível com pena de morte. A Comunidade Internacional Bahá’í nega categoricamente as acusações contra estes sete bahá’ís.

Agências das Nações Unidas disponibilizaram documentos que apontam uma campanha sistemática do governo iraniano para a aniquilação dos bahá’ís, deixando claro que a intolerância religiosa é a verdadeira causa da prisão e julgamento das sete lideranças bahá’ís.

A manifestação por parte da comunidade internacional tem-se provado um elemento fundamental para pressionar o governo iraniano a garantir, ainda que de forma insatisfatória, os direitos humanos reservados a estes bahá’ís. A pressão internacional exercida no recente caso da jornalista Roxana Saberi, presa com acusações falsas e submetida a julgamento na mesma Vara que os ex-Yaran, resultou no pedido de um julgamento justo por parte do Presidente Ahmadinejad à Corte Revolucionária do Irã e na revisão de sua pena.

Pedimos então a colaboração dos amigos para que utilizem as ações e meios que estiverem ao seu alcance para externar seu repúdio às inaceitáveis violações aos direitos humanos destes sete bahá’ís. Pedimos que se articulem politicamente para que sejam retiradas as falsas acusações e para que as sete lideranças bahá’ís sejam liberadas e possam aguardar seu julgamento em liberdade, como permite a lei iraniana.

Sabemos que as declarações feitas pelos amigos bahá’ís em sua defesa podem ser manipuladas e que o veredito pode já ter sido decidido, fazendo do julgamento uma mera formalidade. O acesso aos arquivos dos prisioneiros bahá’ís foi recém liberado aos advogados do Defenders for Human Rights Center, bem como o comunicado da data do julgamento. Os advogados manifestaram preocupação em função do enorme volume dos arquivos e da conseqüente dificuldade em revisar o caso adequadamente até o julgamento.

Em anexo encaminhamos uma minuta direcionada ao Presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, que poderá ser utilizada pelos amigos como protesto formal de sua desaprovação do tratamento dado aos sete bahá’ís.

Segue, também em anexo, um manifesto público sobre a questão, o qual os convidamos a assinar e divulgar.

Outras ações que os amigos e amigas possam empreender no sentido de visibilizar o assunto e expressar preocupação com a situação dos bahá’ís no Irã serão certamente bem-vindas.

Outra relevante contribuição seria exigir às autoridades brasileiras que enviem um representante diplomático para acompanhar o julgamento ou, ao menos, que possa visitar os prisioneiros.

Este caso demanda articulação internacional imediata. Colocamo-nos à disposição para oferecer maiores esclarecimentos sobre o caso, contando com seu apoio e colaboração.

Secretaria Nacional de Ações com a Sociedade e o Governo, da Fé Bahá´í.

E-mail: secext@bahai.org.br

Site: secext.bahai.org.br

Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=_CfxMJiZIRc