A necessidade de olhar para trás e de, pelo menos, se redimir esteve em discussão no Senado americano nesta semana. Na última quarta-feira, o senador democrata Patrick J. Leahy, de Vermont, presidente do Comitê Judiciário, conduziu um debate sobre a proposta de criar a “Comissão da Verdade” (Truth Commission) para investigar possíveis violações das leis e da Constituição feitas pela administração Bush e quais as táticas utilizadas nas operações da “Guerra contra o Terror”. Esta iniciativa simboliza uma busca inédita pela justiça que poderá responsabilizar oficiais do alto escalão do governo americano.

A audiência foi um esforço para conseguir apoio de ex-diplomatas, policiais e oficiais militares. De acordo com o senador Leahy: “Nada fez mais dano à América do que a revelação de que esta nação esticou leis e limites para autorizar a tortura e o tratamento cruel”. E complementa dizendo que ele vai lançar “luz sobre o que foi cometido, para que possamos aprender com estes erros.”

No painel com seis pessoas que são testemunhas de ações do governo anterior, quatro foram a favor da idéia e duas contra. Aderiram à proposta: Thomas Pickering, ex-funcionário sênior do Departamento de Estado americano, Lee Gunn, vice-almirante reformado, John Farmer, advogado que atuou na comissão 11/9 e Frederick Schwarz Jr., advogado de Nova York. Foram contra: David B. Rivkin, ex-advogado e Jeremy Rabkin, professor de direito na Universidade George Mason.

Há interesses fortes que querem esconder casos de tortura, detenções secretas e outros abusos ilegais. A União Americana pelas Liberdades Civis (ACLU, na sigla em inglês) pressiona o Congresso para que investigue as ações do governo Bush e a ONG Avaaz está com uma petição online a ser encaminhada ao governo americano. A petição é acessada no seguinte endereço: