Sondagem na Ucrânia:

–> Uma clara maioria quer paz com a Rússia, apesar das perdas territoriais ucranianas
–> Uma minoria de 21% prefere continuar a guerra
–> Apenas 36% dos ucranianos querem aderir à UE

Kiev. Uma grande maioria da população ucraniana quer acabar rapidamente com a guerra contra a Rússia por meios pacíficos. Foi o que revelou uma recente sondagem representativa (PDF, página 28) realizada por três institutos ucranianos.
Quando questionados sobre a escolha de um dos quatro cenários pré-definidos para a guerra, cerca de 56% dos inquiridos escolheram a opção «Busca de uma solução de compromisso com a participação dos líderes de outros países para pôr fim à guerra». Mais de 16% dos participantes optaram pela variante «Suspensão das hostilidades e congelamento temporário do conflito ao longo da linha de contacto atual».

No total, apenas cerca de 21% dos inquiridos optaram pelas duas outras opções, que preveem a continuação da guerra até que sejam alcançadas as fronteiras de Fevereiro de 2022 ou as fronteiras de 1991. Quase 7% dos participantes na pesquisa de opinião não puderam ou não quiseram escolher nenhuma das opções apresentadas. A pesquisa foi realizada entre 6 e 11 de Junho de 2025 com 2.000 pessoas maiores de idade nas regiões da Ucrânia controladas por Kiev. A pesquisa foi conduzida pelo Instituto de Estudos Estratégicos (Janus), o Centro de Pesquisa Social e de Mercado (Socis) e o Instituto «Barómetro da Opinião Pública». Os resultados confirmam pesquisas anteriores de outros institutos, por exemplo, de Fevereiro de 2024 ou Janeiro de 2025, nas quais mais de 70% dos ucranianos também se mostraram a favor de negociações de paz rápidas.

Caso haja negociações e uma «suspensão temporária das hostilidades», de acordo com a atual pesquisa, quase 58% são a favor da realização rápida de eleições presidenciais (página 14), enquanto cerca de 4% votam pela realização exclusiva de eleições municipais, e 33% defendem o adiamento das eleições mesmo que a lei marcial já tenha sido revogada.

À pergunta sobre qual caminho de desenvolvimento que a Ucrânia deveria seguir após o fim da guerra (página 32), apenas cerca de 36% dos inquiridos se manifestaram a favor da adesão à UE. Em contrapartida, quase 57% dos participantes preferem um caminho independente para a Ucrânia, baseado nos «recursos próprios». No entanto, se houvesse um referendo sobre a adesão da Ucrânia à UE num futuro próximo, cerca de 69% dos inquiridos votariam «sim», enquanto apenas 20% rejeitariam essa adesão. Mais de 62% dos ucranianos votariam a favor da adesão do seu país à NATO num referendo – e cerca de um quarto dos inquiridos seria contra.

Outros temas da pesquisa atual tratam de questões de política interna. De acordo com a pesquisa, cerca de 82% dos entrevistados consideram o «nível atual de corrupção na Ucrânia» «muito alto» (44%) ou «alto» (38%). (Página 8) De acordo com os inquiridos, os responsáveis pelo elevado nível de corrupção são o Estado em geral (55%), as instituições anticorrupção (40%) e o presidente (31%).

Esta notícia foi retirada do Multipolar. Multipolar é uma revista online alemã editada por Paul Schreyer e Stefan Korinth, fundada em Janeiro de 2020 por eles e pelo cientista político Ulrich Teusch. A plataforma foi financiada por crowdfunding e o seu funcionamento é mantido por doações dos leitores.

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