O jornal israelita Haaretz (diário de grande tiragem, crítico do atual governo) afirma ter entrevistado soldados israelitas destacados na Faixa de Gaza que revelaram estar a receber ordens para disparar deliberadamente sobre civis palestinianos à espera de comida. Segundo esses soldados, as filas de espera nos raros centros de ajuda humanitário de Gaza, transformaram-se, assim, num autêntico “campo de extermínio”.
Israel rejeita as acusações.
No final de Maio, foram abertos em Gaza centros de ajuda humanitária coordenados pelos Estados Unidos da América, em parceria com Israel. O jornal Haaretz contabilizou até agora 19 incidentes com tiros junto a esses mesmos centros.
Segundo o Ministério da Saúde de Gaza, 549 pessoas já foram mortas e mais de 4 mil ficaram feridas em centros de ajuda humanitária ou quando aguardavam por carrinhas com alimentos enviadas pelas Nações Unidas.
Na última semana, um comandante militar terá dado ordem para disparar contra nas filas de espera, na sequência da qual morreram 8 pessoas, entre as quais vários menores.
“No local onde eu estava destacado, uma a cinco pessoas eram mortas todos os dias”, segundo o testemunho de um dos soldados. O mesmo soldado disse que nem por uma única vez houve alguém armado a disparar de volta contra as forças israelitas.
“Porque é que as pessoas que estão à espera de comida são mortas só por saírem da fila? Porque é que chegamos a um ponto em que um adolescente arrisca a vida para tirar um saco de arroz de uma carrinha? E é sobre essas pessoas que estamos a disparar?”, questiona um soldado citado pelo Haaretz.
Israel tem negado estas acusações. As autoridades dizem que “as diretivas das Forças de Defesa proíbem ataques a civis” mas, até hoje, não foram retiradas quaisquer consequências…







