A Multiconvergência de Redes Globais (MRG) está retomando a dinâmica de encontros que havíamos proposto em março passado. Vamos realizar o próximo Encontro, cuja temática é de máxima urgência e de alcance global: a Emergência Climática, que acontecerá sábado, 07/10/23, às 11h de Brasília. Teremos quatro convidadxs e quatro salas de discussão a partir da ótica da juventude, das comunidades alternativas, dos povos ancestrais e da cidadania organizada. Como de hábito o evento será digital, com tradução simultânea em português, espanhol francês e inglês.

Temos observado que nossas atividades enquanto Rede de Redes foi afetada pela decisão de interromper a dinâmica que levaria à fundação de um Parlamento da Cidadania Planetária. Esta decisão reconheceu que ainda faltavam condições objetivas e subjetivas para darmos este passo importante para a MRG de ajudar na organização política da Cidadania Planetária. Esta causa de tão amplo alcance e tão complexa construção necessitava de grande engajamento nosso (dos impulsionadores) e de muito mais redes globais. Por outro lado, avançamos no experimento de diferentes métodos de organização dos Encontros, combinando o método de seminários com exposições temáticas, discussão em grupos e síntese e o método que apelidamos de Compaixão e Cura. Esse último busca envolver criativamente o intelecto e o sentimento das pessoas presentes, e também mobilizar as redes para realizarem ações em comum que contribuam para transformar a realidade.

Para preparar o encontro, vejamos brevemente alguns indicadores que revelam como se manifesta a Emergência Climática:

  1. O crescimento da intensidade e do número de catástrofes resultantes das mudanças climáticas está ganhando proporções alarmantes. Os incêndios resultantes de secas e altas temperaturas, causadas pelo aquecimento global, estão devastando países como o Canadá (mais de 5.700 incêndios de florestas, queimando 13,7 milhões de hectares e deslocando mais de 30.000 famílias desde abril de 2023); vários países europeus como a Grécia, com 74 mortos até a penúltima semana de agosto; o oeste dos Estados Unidos e a Ilha de Maui, no Havaí (388 mortos até esta data) e a China (como a inundação de Pequim), entre outros. Enquanto isto, a cada verão as calotas polares perdem mais gelo do que sua capacidade de reposição. Em especial, a Antárctica tem um ritmo de perda de gelo de 50 bilhões de toneladas/ano, agravado agora pela probabilidade de colapso da enorme plataforma de gelo, a Twaites, cujo degelo é pode aumentar o nível dos oceanos em mais de três metros.
  2. Os sucessivos acordos internacionais resultantes das negociações entre países que participam das COPs – Conferências do Clima – resultam em propostas de metas de descarbonização da atmosfera por país, como, por exemplo, diminuindo o uso de combustíveis fósseis, mas a maioria dos países não cumpre suas metas, muitos dos maiores poluidores se recusam a reduzir suas emissões no ritmo necessário que torne viável o objetivo de o mundo chegar ao ano de 2.100 com uma faixa média de temperatura de 1,5°C acima do nível do início da revolução industrial. O limite estimado para que o clima entrasse em estado de alerta climático era 400 ppm de concentração atmosférica de CO2. Em 2021 este grau de concentração de CO2 já estava em 414,7 ppm, ou 2,3 ppm a mais do que em 2020. O não cumprimento das boas intenções dos países de reduzir as emissões de GEE (Gás de Efeito Estufa), agravado, ao contrário, pelo no ritmo atual de crescimento das emissões, faz com que os cientistas prevejam que a Terra terá em 2100 uma temperatura média de 3 a 4°C mais elevada! Todos os cenários indicam consequências catastróficas para o Planeta e a vida, caso isto aconteça.
  3. O clamor da ciência socioambiental é para que a humanidade inicie sem mais atraso a substituição acelerada do carvão, petróleo e gás por fontes renováveis e limpas de energia. A transição da matriz energética para formas sustentáveis, descentralizadas, renováveis e limpas, assim como o fim do desmatamento de biomas como a Amazônia e o Cerrado é absolutamente urgente. O planeta tem dado sinais insistentes de que é preciso estancar e reduzir as emissões de gases de efeito estufa para impedir o agravamento dos efeitos das mudanças climáticas, que já estão em processo de aceleração exponencial.

“Não queimem nosso futuro”. Foto: Gustave Deghilage, Flickr

Premida pela multiplicação dos indicadores que apontam para o crescente risco de um colapso climático capaz de empurrar a vida do planeta para a beira do abismo, a MRG escolheu focalizar esta temática no próximo Encontro, buscando formas eficazes de ‘ação individual e coletiva’.

Convidamos todxs a participar!

Marcos Arruda, Debora Nunes e Tereza Costa
Pela equipe de Impulsionadores

Todas as pessoas interessadas em fazer parte dessa construção são bem vindas.


Sábado 07/10/2023
11:00 Brasília / 15:00 Lisboa / 16:00 Maputo / 23:00 Díli)

https://uri-org.zoom.us/j/87807384447?pwd=RUlOVjQyMGo2YzdWMmtkdXBoUVdEUT09

ID: 878 0738 4447 | Código: 288216


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