O Encontro Povos Indígenas e Justiça de Transição – memória, verdade, reparação e não-repetição reunirá no dia 29 de agosto, na Universidade de Brasília (UnB), representantes dos povos indígenas, autoridades, pesquisadores, professores, jornalistas e estudantes universitários para apresentação do Centro de Referência Virtual Indígena do Armazém Memória como ferramenta pedagógica, política e jurídica para efetivação da justiça de transição para povos indígenas. A proposta do evento é promover um debate sobre a importância do acervo, que já conta com mais de 2,3 milhões de documentos digitalizados, e seus desdobramentos.

Organizado pelo Instituto de Políticas Relacionais, em parceria com o Armazém Memória e com o apoio da Embaixada Real da Noruega no Brasil, o encontro faz parte  do projeto Centro de Referência Virtual Indígena, que tem por meta contribuir para a construção de mecanismos de não-repetição da violência registrada contra os povos indígenas.
De acordo com a porta voz do evento – Daniela Greeb, o projeto conta com um grupo de pesquisadores indígenas que fazem o monitoramento da atual política indigenista, em parceria com o Observatório dos Direitos e Política Indigenista (OBIND-UnB) para o fortalecimento e a efetivação da justiça de transição de povos indígenas.
A programação do encontro prevê também apresentar a coleção Indígenas pela Terra e pela Vida, com 48 entrevistas de lideranças indigenas desenvolvida em parceria com o Museu da Pessoa, cujo foco é explorar as possibilidades de afirmação da história oral contada pelos próprios indígenas no processo de reparação.

Outro assunto que estará em pauta é a Comissão Nacional Indígena da Verdade, um legado do pesquisador Marcelo Zelic. O pesquisador, que ancestralizou em maio de 2023, será homenageado logo na abertura do evento. Marcelo Zelic era pesquisador, idealizador e coordenador do Armazém da Memória, um acervo virtual que reúne milhares de documentos digitalizados e sistematizados, disponíveis para pesquisas e consultas: https://armazemmemoria.com.br/
Zelic dedicou sua existência à luta em defesa dos direitos humanos e se debruçou sobre os “registros históricos das violações – sistematicamente praticadas e sistematicamente ignoradas pelo Estado – contra os povos originários do Brasil,” como bem definiu o Conselho Indigenista Missionário.
Nos últimos anos, Marcelo se empenhou em lutar pela criação da Comissão Nacional Indígena da Verdade.

Haverá também o lançamento do livro “Demarcar é reparar: olhar indígena sobre a Justiça de Transição no Brasil”. Toda programação será presencial para cerca de 150 convidados e acontecerá no Auditório da Faculdade de Direito e Maloca na UnB. Haverá transmissão online pelo canal do Instituto de Políticas Relacionais no Youtube (clique aqui). Quem estiver participando presencialmente terá à disposição dois totens interativos para consulta ao Armazém Memória.

O Centro de Referência Virtual Indígena é um projeto realizado pelo Instituto de Políticas Relacionais e pelo Armazém Memória em parceria com o Observatório dos Direitos e Políticas Indígenas – OBIND e Museu da Pessoa e apoio da Embaixada da Noruega no Brasil.