POVOS ORIGINÁRIOS

Por Mônica Marins

A vice-cacique Neusa Kunhã Takuá da aldeia Tekohá Dje’y, do povo Guarani, do Rio de Janeiro foi indicada por lideranças e caciques para dirigir o Museu do Índio, na capital carioca. Neusa é indígena e ativista atuante da luta defendendo os direitos da sua aldeia, dos povos indígenas do estado do Rio de Janeiro e do Brasil todo.

A candidatura de Neusa foi indicada por caciques das aldeias, das mulheres, das instituições que atuam nesses territórios tendo o apoio técnico das universidades, pesquisadores, técnicos da Fundação Nacional do Índio (Funai). A vice-cacique já coordenou inúmeros programas, projetos de políticas pública, tem relações fortes em vários ministérios e com diversos povos indígenas do Brasil.

A notícia da indicação do nome de Neusa ganhou as redes socias e desde então ela vem recebendo apoios expressivos de instituições representativas do movimento indígena como a Mídia Guarani Mbya e a Articulação dos Povos Indígenas (ARPIN Sudeste). Para os apoiadores, Neusa Martine na direção do Museu do índio significa ampliar as ações para que o museu cumpra na plenitude sua função social. Além do mais a candidata ao cargo de diretora está capacitada para fazer a gestão e articulação com os territórios e outros órgãos. 

Outras três mulheres concorrem ao cargo de direção do museu: Sandra Benites, Ana Kariri e Fernanda Caingaingue além do coletivo Maracanã. Até o fechamento desta matéria não havia sido divulgada a data em que a nova diretoria assumirá. 

O Museu do Índio é um órgão científico-cultural da Fundação Nacional do Índio e está localizado na cidade do Rio de Janeiro.  Criado pelo antropólogo Darcy Ribeiro em 1953, o museu tem como objetivo a divulgação de uma imagem correta e não preconceituosa dos povos indígenas. 

O acervo, que reúne informações das sociedades indígenas brasileiras tem quatorze mil peças etnográficas, dezesseis mil publicações especializadas em etnologia e mais de 50 mil imagens, além de quinhentos mil documentos de texto sobre vários grupos indígenas. Desde 2016 o museu está fechado para obras de adequação às normas de segurança.