TEATRO

Por Alessandra Costa

 

O 3º Festival Fluminense de Monólogos, que ocorrerá de 23 a 27 de janeiro, às 19h, no auditório Ruth de Souza, dentro MUHCAB, conta com apresentações gratuitas. Cinco monólogos com temáticas afro-brasileiras que foram selecionadas através de chamada pública. O festival vai premiar o melhor intérprete e a entrega dos troféus acontecerá no dia 28 de janeiro.

Completando 20 anos de existência e reunindo diferentes artistas do Estado do Rio de Janeiro, a Companhia Teatral Queimados Encena apresenta o 3º FESTFLUM – Festival Fluminense de Monólogos – Edição Afro-Brasileira. Cinco monólogos com temáticas afro-brasileiras foram selecionadas através de chamada pública e serão encenadas entre os dias 23 e 27 de janeiro, no auditório Ruth de Souza, dentro do Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB), localizado na Gamboa. As apresentações são gratuitas.

Com patrocínio da Prefeitura do Rio de Janeiro, por meio da Secretaria Especial de Integração Metropolitana – Projeto INTEGRA RIO, o festival vai premiar o melhor intérprete. A entrega dos troféus acontecerá no dia 28 de janeiro. Para o Diretor Presidente da Companhia Teatral Queimados Encena, Marcelo Viégas, este é apenas o início das comemorações do grupo: “Queremos circular vários territórios do Rio, promovendo ações em todas áreas das artes para celebrar nossas duas décadas de história com a cultura”.

Leandro Santanna, Diretor Geral do MUHCAB, também comemora a chegada o festival: “Receber um Festival de Teatro no Auditório Ruth de Souza traz de volta para o MUHCAB uma tradição de temporadas de espetáculos que existia na época que eu frequentava aqui como um admirador. O que estou fazendo agora é devolver a esta sala a potência teatral que ela sempre teve para este equipamento do município”, afirma.

Confira a programação do festival:

SEGUNDA 23/01 – LIBERTADOR

A obra criada pelo ator Thiago Viana é uma resposta às violências vivenciadas nos terreiros de matrizes africanas. A inspiração parte do texto PADÊ DE EXÚ, do notório dramaturgo brasileiro Abdias Nascimento. O espetáculo caminha por cinco cenas que narram a criação do mundo, entre a divisão das divindades Exu e Oxalá e outros elementos que configuram os saberes populares de matrizes africanas. As cenas são acompanhadas de trilha sonora.

A peça partilha os saberes dos oráculos africanos, das mitologias urbanas de candomblé, dos estudiosos, dos líderes religiosos que reproduzem histórias milenariamente construídas pela oralidade desde do continente africano, para o Brasil.

TERÇA 24/01 – IMPÉRIO NACIONALISTA

Espetáculo solo da autora e performer Luzé, com direção de Ana Kfouri. Nesta autoficção errante, Luzé posiciona a raça mestiça enquanto corpo-nó, e segue numa travessia de destituição dessa carcaça histórico-política imposta às existências; questiona, de forma ousada, pontos que são “ignorados”. O mito mestiço é atravessado em toda sua complexidade e em suas diferentes facetas. Dentro da mestiça, Luzé fala em relação à mitologia brasileira. Realidade, história e ficção mesclam-se nesta performance. A supervisão de dramaturgia é do dramaturgo, diretor e ator Márcio Abreu.

QUARTA 25/01 – ANCESTRALIDADE E CULTURA NEGRA

O Espetáculo consiste numa retomada da travessia do Atlântico feita, via navio-negreiro (ou tumbeiro), desde a pátria-mãe África até o novo mundo cruel (particularmente o Brasil), de uma população negra já cativa que, mesmo com todas as agruras dessa viagem, trouxe dentro de si toda uma cultura que, mais tarde se entranharia na formação de um arquétipo cultural de um projeto de nação chamado Brasil. O projeto tem como focos de exploração os seguintes segmentos: a religiosidade, seus cânticos, liturgias e ancestralidades; a musicalidade, com um realce especial para o samba e suas origens; o negro pós-abolição e a sua busca incansável de inserção e equidade na sociedade brasileira, ou seja, como esse processo se deu ou se dá; o empoderamento da mulher negra; a poesia desconstrutora, e por fim, o samba moderno.

QUINTA 26/01 – A JORNADA DE UM HERÓI

Após ser demitido de uma fábrica de carvão ao questionar a diminuição do seu tempo de almoço, que passa de dez para cinco minutos, José vai atrás do seu Fundo de Proteção e Garantia ao Trabalhador Desempregado, como única opção de sustento de sua família. Tal como os heróis de Homero, José enfrenta monstros e diversos outros perigos ressignificados nas dificuldades cotidianas de um homem negro, pobre, semianalfabeto e desempregado, marcando uma verdadeira epopeia urbana.

SEXTA 27/01 – OUTRO LADO DO PALHAÇO

Quando se fala em palhaço, se pensa geralmente naquele que faz rir. No caso de Flux, ele pode até fazer você rir, mas ao usar de questionamentos sobre si, a vida e a sociedade. Quem dá vida a este palhaço é o ator, escritor e diretor Tito Sant’anna. O artista tem experiência no clown, cursou com o ator e diretor Thierry Tremoroux, palhaçaria com o Grupo Off-Sina e no teatro com a diretora Sininha de Paula entre outros nomes dentro e fora do país, que é o caso da Intrépida Trupe. A peça trabalha em cima de emoções de Flux, como a gratidão à família, a esperança da felicidade ao lado de alguém, a impotência diante de certas situações e a vontade de lutar e agir pelos seus ideais. Ler os movimentos corporais de Flux junto do que está sendo dito é uma boa para quem vai assistir ao espetáculo. Trata-se de um espetáculo solo apresentado pela Companhia Inverso Olhar.

Serviço: 3º Festival Fluminense de Monólogos – Edição Afro-Brasileira

Data: 23 a 27 de janeiro – sempre às 19h

Local: Auditório Ruth de Souza, dentro do Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUHCAB)

Endereço: Rua Pedro Ernesto, 80, Gamboa.

Entrada: GRATUITA