Oito países latino-americanos lançaram em 15 de junho um acordo para tratar, de maneira conjunta e coordenada, o problema da poluição por plásticos nas águas do nordeste do Oceano Pacífico, no âmbito do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).

Os países que estão comprometidos com o Plan de Acción de Basura Marina para el Pacífico Nordeste (Plano de Ação de Lixo Marinho para o Nordeste do Pacífico) 2022-2026 são Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, México, Nicarágua e Panamá.

O plano, elaborado por autoridades dos países envolvidos na causa, pela Aliança Mundial sobre o Lixo Marinho e a Fundación MarViva, analisa a situação da poluição marinha na região, identifica brechas e oportunidades de melhorias e cria recomendações para a prevenção, redução e gestão dos resíduos marinhos.

Segundo o PNUMA, 80% do lixo marinho provêm de fontes terrestres, principalmente plásticos associados a embalagens de alimentos e bebidas. Dessa forma, os oceanos se transformaram em imensos depósitos de plásticos descartados.

A produção e o design de produtos com alto teor desnecessário de plástico ou de uso único, o consumo acelerado e uma gestão ineficiente dos resíduos são algumas das causas dessa epidemia plástica, a qual produz impactos negativos nos ecossistemas, nas economias e no bem-estar humano.

Jorge Jiménez, diretor geral da Fundación MarViva, disse que “ – apesar do fato de os oceanos serem essenciais para o equilíbrio do planeta, os ecossistemas costeiros são cada vez mais vulneráveis, como consequência das atividades humanas, principalmente as terrestres, que são a origem de 80% do lixo marinho”.

“Trata-se de um problema global e, portanto, a única forma de abordá-lo é com soluções coordenadas e de grande alcance”, acrescenta Jiménez.

Aumentar a informação, monitorar, fortalecer a vigilância do cumprimento das normas, sensibilizar a população e responsabilizar o produtor de seus próprios resíduos são algumas das oportunidades prioritárias identificadas no Plano.

“Este plano reúne os esforços de múltiplos agentes para trabalhar a favor da prevenção contra a poluição por plásticos e da conservação de nossos oceanos como recursos essenciais para assegurar um futuro sustentável para as próximas gerações”, opinou Jacqueline Álvarez, representante regional do PNUMA.

Estudos do PNUMA demonstram que na região são geradas diariamente 17.000 toneladas de resíduos plásticos, dos quais 30% ainda são despejados a céu aberto, afetando a mais de 40 milhões de pessoas.

Estima-se que 15% do lixo marinho flutuam na superfície do mar, outros 15% se localizam na coluna de água e 70% permanecem no fundo marinho.

Os plásticos são a maior, mais prejudicial e persistente fração do lixo marinho, representando pelo menos 85% do total. O plástico descartável, por sua vez, pode constituir até 70% do material encontrado nos mares.

No ano de 2050, haverá mais plástico que peixes no mar.

Se a situação atual não se modificar, em 2025 estima-se que 1.303.000 toneladas de plástico estarão presentes nos espaços marinhos da região do Nordeste do Pacífico.

O Plano de Ação do Lixo Marinho para o Pacífico Nordeste 2022-2026 é lançado no marco da celebração do Dia Mundial dos Oceanos, que é comemorado a cada 8 de junho para lembrar a todos o papel dos oceanos na vida humana e a necessidade de protegê-los da poluição.


Traduzido do espanhol por Beatrice Tuxen / Revisado por Tatiana Elisabeth

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