Destinado aos candidatos e às candidatas à Presidência da República, a Academia Brasileira de Ciências (ABC) elaborou o documento “A importância da ciência como política de Estado para o desenvolvimento do Brasil”, que defende, entre outras questões, a aplicação de 2% do Produto Interno Bruto (PIB) em Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), assim como a incorporação de uma política de Estado para o desenvolvimento do setor. O documento está estruturado como uma plataforma de propostas para os próximos anos.

Desde 1985, a participação do Brasil avançou de 0,5% para 3,2% na produção científica mundial. No entanto, a realidade é ainda de escassez de cientistas. São 900 pesquisadoras e pesquisadores para cada milhão de habitantes, taxa inferior às de países desenvolvidos, como também de alguns vizinhos latino-americanos. De acordo com a ABC, o nosso país deve ter como meta chegar ao patamar de 2 mil pesquisadoras e pesquisadores por milhão em 10 anos.

Ainda conforme a ABC, as políticas públicas e as soluções pedagógicas para o setor devem estar assentadas em evidências científicas e, portanto, é necessário estimular a pesquisa científica para pensar os problemas da educação. A entidade ressalta ser imprescindível priorizar o ensino público de qualidade, em todos os níveis, e construir um novo Plano Decenal de Educação com ampla participação social. Desde 2010 que a ABC reitera a necessidade de se priorizar a educação de qualidade no país.

Novos modelos de financiamento da ciência, através de recursos do fundo social do Pré-Sal e incentivos fiscais para doações a instituições de CT&I também são propostas da ABC, que defende a criação de chamadas públicas para fomentar projetos que visem solucionar grandes desafios, como violência urbana, falta de saneamento, problemas relacionados com os transportes, entre outros.

Para a saúde, a entidade propõe a estruturação de um complexo industrial com participação de governos, empresas e Universidades, com o objetivo de estimular uma inovação disruptiva na indústria farmacêutica, com vistas à soberania do Brasil nesse setor.

No documento, que contém 24 páginas, a ABC enfatiza que a ciência tem como objetivo último promover o bem-estar da sociedade, ou seja, estar consciente da realidade social e dos desafios enfrentados pelo país, como exclusão social e falta de acesso à educação, questões que tornam o Brasil um dos países mais desiguais do mundo, e que, por isso, é necessário investir em pesquisas na área de ciências humanas  e sociais.

A ABC ressalta, também, que as Universidades devem formar novas gerações de profissionais e cidadãos, com vistas a prepará-los para dominar ciência dos dados, computação, inteligência artificial, instruídos por valores éticos e culturais.

A través do link https://www.abc.org.br/wp-content/uploads/2022/06/Publica%C3%A7%C3%A3o-Presidenci%C3%A1veis-2022.pdf é possível ter acesso, na íntegra, ao documento.


Com informações do site da ABC