OPINIÃO

Por Sérgio Mesquita

 

A partir de um brevíssimo recorte de nossa história, do ano de 1500 até os dias de hoje, podemos afirmar que, apesar de breves espasmos de desenvolvimento econômico e social, no geral, sempre fomos uma colônia. Inicialmente ligados à Coroa Portuguesa, depois passamos a responder ao imperialismo britânico e posteriormente ao imperialismo dos EUA.

Em anos recentes, até colocamos a “cabeça de fora” e passamos a não ser vistos mais como um simples quintal. Chomsky, em seu livro “Quem manda no mundo”, descreve o Brasil como um país respeitado e com as condições de se colocar como mediador nas pendengas entre os países. Situação interrompida após mais uma das etapas golpe iniciado em 2005 com a AP 470 (mensalão), que inaugurou no Brasil a prisão política, sem provas. Fato é que, entre o período de 2003 a 2016, a população brasileira experimentou o que é ter orgulho, ter uma vida melhor e o mínimo de garantias.

Passamos a ter comida em nossos pratos, escolas para seus filhos, saúde, emprego e uma qualidade de vida, que deixou de ser sonhada, para quase se tornar realidade. A preocupação com o ambiente passa a ser uma constante, e o Brasil desempenha um forte papel, junto a ONU, no desenvolvimento dos 17 Objetivos do Desenvolvimento Sustentável.

A população experimentou em 14 anos o que sempre nos foi negado ao longo de nossos mais de 500 anos. Por isso, o voto em outubro, dos que subscrevem este documento, será um voto de resgate do “ser” humano e da Inteligência. Ser humano, porque mais importante que ter, do ser egoísta, da falsa meritocracia, é a solidariedade e a cooperação. É dar as condições necessárias para que todos e todas possam ter acesso à informação e condições de transforma-las em conhecimento. Pois todos e todas devem ter uma Educação que aproxime as pessoas, a partir de suas realidades e saberes, e não as transformem em pessoas isolados na sociedade.

A ter uma Saúde, onde todos/as terão acesso, e o cuidado com a pessoa será mais importante do que o remédio paliativo. Onde o SUS, reconhecido mundialmente com um dos melhores sistemas de Saúde, seja ainda maior no Brasil. Hoje somos referência na vacinação contra a COVID-19, apesar do governo instalado em Brasília ter sabotado todo o processo de combate à doença. Se existem mais de 600 mil mortes, boa parte pode ser creditada ao governo federal e sua insanidade. Retomar o incentivo a agroecologia e a agricultura familiar, para termos comida saudável na mesa.

Retomar o desenvolvimento econômico produtivo, para voltarmos aos índices de pleno emprego, resgatando os atuais milhões de desempregados e a dignidade de suas famílias. Retornar os investimentos na Ciência e na pesquisa científica e muito mais.

Dar um basta nos preconceitos usados como armas e retomarmos o respeito para com o/a próximo/a. Termos qualidade em nossas vidas, sempre levando em conta a nossa população e sua dignidade, com respeito ao meio ambiente e sua sustentabilidade.

Ser inteligente, porque como coloca o professor Marcos de Dios, não queremos (quem pode), morar atrás de muros de mais de 3 metros de altura, com cerca elétrica e arame farpado, acreditando que assim estará resolvido o problema da fome e da segurança.

Porque queremos que nossos filhos/as e netos/as, possam ir à escola ou a uma festa sozinhos/as, sem segurança armados, preocupando os nossos sonos. Porque queremos andar nas ruas, sem nos preocupar com a hora ou a demarcação de áreas como perigosas ou não, sem nos preocupar se seremos ou não assaltados.

Não queremos “dar direito” ao vizinho, de pular nosso muro na busca de comida para os seus. Isto é votar com inteligência.

Há braços.

Marcos de Dios & Sérgio Mesquita