As forças armadas israelenses nos Territórios Ocupados da Cisjordânia mataram a tiros a veterana jornalista palestina-estadunidense Shireen Abu Akleh, que trabalhava para a emissora Al Jazeera, enquanto ela cobria uma incursão israelense no campo de refugiados da cidade de Jenin na manhã de quarta-feira, 11 de maio. A notícia foi divulgada pela Al Jazeera e pelo Ministério da Saúde palestino. Um vídeo postado pela Al Jazeera mostra momentos logo depois de que Abu Akleh leva um tiro na cabeça.

Um porta-voz do exército israelense afirmou a uma estação de rádio militar que Abu Akleh provavelmente morreu devido a tiros de palestinos, embora não tenha oferecido nenhuma evidência a respeito. O chefe da redação da Al Jazeera, em Jerusalém, afirmou que Abu Akleh foi alvo de um “tiro direto” de um franco-atirador israelense. Um segundo jornalista palestino, Ali al-Samudi, foi hospitalizado em condição estável após ser baleado nas costas. De um hospital em Jenin, al-Samudi contou que ele foi um dos quatro jornalistas atacados por franco-atiradores israelenses.

Ali al-Samudi: “A ocupação [israelense] é assassina e criminosa. Fomos baleados sem motivo algum. Nós éramos um grupo de jornalistas que estavam lá vestindo uniformes que nos identificavam como trabalhadores da imprensa. Tínhamos a palavra ‘imprensa’ escrita em letras enormes, tão grandes como nos coletes à prova de bala que usam no mundo inteiro. Nossa condição de jornalistas era óbvia”.

Em um comunicado, a emissora Al Jazeera responsabiliza o Governo e as Forças Armadas Israelenses pelo assassinato da jornalista, ao qual qualificou como um “crime terrível que só pretende impedir que os meios de comunicação cumpram com seu dever”. O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Tom Nides, pediu que iniciem uma investigação sobre o assunto e publicou no Twitter que estava “muito triste pela morte da jornalista estadunidense-palestina Shireen Abu Akleh”.


Traduzido do espanhol por Graça Pinheiro

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