Artistas se juntaram ao movimento da Agência da ONU para Refugiados para dar voz a histórias de todo o mundo; metade dos deslocados no planeta são mulheres e meninas; na crise da Ucrânia, elas somam 90%.

Nos últimos dias diversos áudios apareceram nas redes sociais de atrizes, cantoras e influenciadoras brasileiras com uma mensagem importante: mulheres refugiadas devem ser ouvidas e merecem a chance de construir futuros melhores para si e suas famílias em qualquer lugar.

Nomes como Leticia Spiller, Danni Suzuki, Zezé Motta, Maria da Penha, Carolina Ferraz e Paloma Bernardi se juntaram à campanha #EcoeEssasVozes, da Agência da ONU para Refugiados, Acnur.*

Dar voz a mulheres refugiadas

Para gerar uma movimentação coletiva em prol daquelas que, muitas vezes, não podem mostrar o seu rosto, mas cujas histórias precisam ser ouvidas, o Acnur convidou as artistas a interpretarem, de forma emocionante, depoimentos baseados em histórias reais de mulheres refugiadas, muitas delas sobre o desafio adicional de ser mãe em um contexto de fuga e adaptação em um novo país.

A chefe do escritório de parcerias com o setor privado do Acnur no Brasil, Samantha Federici, afirma que ao ecoar as vozes de refugiadas, é possível ouvir suas demandas e ajudar a transformar suas realidades.

Para ela, a campanha é um esforço para ampliar o conhecimento sobre a realidade dessas mulheres e informar à sociedade sobre formas de apoiar.

A atriz Leticia Spiller, apoiadora do Acnur no Brasil, explicou que as participantes relataram, em primeira pessoa, como é viver em situação de refúgio, tendo que abandonar sua vida para fugir de conflitos, perseguições, violações de direitos humanos, com o agravante de estar exposta às diversas situações de violência de gênero.

Crises globais

Devido à situação na Ucrânia e muitas outras emergências paralelas, o tema dos refugiados está mais presente nos noticiários, porém, ainda existe muita xenofobia, discriminação e desinformação – especialmente quando se trata de mulheres refugiadas que vivem situações de vulnerabilidade e risco ainda maior.

De acordo com Samantha Federici, a situação na Ucrânia é o exemplo mais recente. Ela lembra que mais de 10 milhões de pessoas foram forçadas a deixar suas casas devido ao conflito, sendo que 90% delas são mulheres e crianças.

No entanto, a representante do Acnur no Brasil reforça que ainda existem muitas outras crises humanitárias em andamento no mundo que precisam de atenção: Síria, República Democrática do Congo, Afeganistão, Venezuela, Sudão do Sul, Etiópia, Mianmar.

Vulnerabilidade feminina

A atriz Letícia Spiller lembra que metade das mais de 82 milhões de pessoas que foram forçadas a se deslocar no mundo são mulheres e meninas que, sem a proteção de seus governos ou famílias, se encontram frequentemente em situações de vulnerabilidade.

“Grávidas, chefes de família, deficientes, idosas ou desacompanhadas ficam ainda mais expostas”, completa Leticia.

A atriz afirmou que foi uma honra interpretar a história de Rama, uma refugiada síria que vive no Brasil.

Todos os áudios, assim como detalhamento sobre o contexto por trás das histórias e grandes números do deslocamento forçado no mundo, estão reunidos na página da campanha

*Com informações do Acnur Brasil.

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