MÚSICA

Por Renan Simões

 

Beto Guedes foi um dos poucos artistas dos anos 70 que seguiram fazendo boas canções nos anos 80. Em seu quinto álbum, Guedes toca baixo, guitarra, piano e bateria, mas também conta com um grande time de músicos. Além do onipresente Wagner Tiso no piano, teclados, acordeon, orquestração e regência, e do baterista Paulo Braga, os dois mais presentes ao longo das faixas, há participações pontuais e brilhantes de Robertinho Silva, Jamil Joanes, Tavinho Moura, Flavio Venturini, Toninho Horta e outros.

Deixem de lado a breguice escrachada da versão Quando te vi; foquem na beleza monumental de Balada dos quatrocentos golpes, ou na (também) baladona O amor não precisa razão. A esquisita faixa-título não ajuda muito, mas a nova versão de Paisagem da janela é uma feliz atualização de um dos hinos do Clube da Esquina.

Temos também felizes experiências pop com Rádio experiência, No céu, com diamantes e Izabel. A sonoridade do artista, outrora muito mais torta e ensimesmada, encontra-se aqui em constante diálogo com um público mais amplo. Ao final, a bela instrumental Nena é seguida por Um sonho que, mais uma vez, não funciona como um final muito interessante para um álbum do artista.

Beto Guedes, Viagem das mãos, diálogos felizes com o que há de mais pop! Ouça, desfrute, reflita, repasse: