MÚSICA

Por Renan Simões

 

Hoje é uma das melhores músicas de todos os tempos, se não a melhor – letra perfeita, música perfeita, ambas de Taiguara. O álbum que leva seu nome não chega à sua altura, mas é muito bom. Marca a transição entre o Taiguara intérprete, que havia sido coautor de apenas uma música no álbum anterior, para o exímio Taiguara compositor/intérprete, com duas composições, uma versão e uma parceria. De 1970 em diante, o artista se firmaria como um dos mais originais da música brasileira.

Após a abertura espetacular com a faixa título, o álbum Hoje (1969), com orquestração de Paulo Moura, nos apresenta ótimas interpretações: Fim de caso e Castigo, ambas de Dolores Duran, tendo a primeira um quê de Frank Sinatra; a versão Valsa de primavera, realizada por Taiguara; Serenata do adeus, de Vinicius de Moraes; Esquecendo você, de Tom Jobim; e Tarde, de Márcio Borges e Milton Nascimento.

A participação do Quarteto Forma dá um toque especial ao álbum em Nada sei de eterno, de Aldir Blanc e Silvio da Silva Jr., e em Mônica, Mônica de Esther Bessa e Ivan Botticelli – algo altamente lisérgico no contexto. Em meio a isso, há duas faixas sem graça e dois frevos totalmente deslocados. No geral é um disco ainda morno e genérico, mas belo.

Taiguara, Hoje, o despertar de um grande intérprete-compositor da nossa música! Ouça, desfrute, reflita, repasse: