Genebra: A ONG Press Emblem Campaign (PEC, ou Campanha Emblema de Imprensa, em tradução livre), organização global para segurança e direitos dos jornalistas, deseja a todos os trabalhadores da mídia ao redor do mundo um feliz, seguro e próspero ano novo. O ano que passou testemunhou a morte de 79 trabalhadores da mídia por agressores em 29 países, marcando uma melhora no índice de mortes de jornalistas em 14%, visto que 92 indivíduos foram mortos no ano anterior          .

Recentemente, a PEC confirmou a morte do jornalista birmanês A Kay Sai (também conhecido como Sai Win Aung). O jornalista faleceu em decorrência de sérios ferimentos em sua cabeça causados pelo projétil lançado      pela junta militar de Mianmar, na vila de Maekheewar, estado de Karen, no último dia 25 de dezembro. Sai (38) estava preso no fogo cruzado entre as forças da junta e rebeldes do KNLA quando acabou sendo atingido pela artilharia do Tatmadaw.

“Nós condenamos veementemente a morte de jornalistas pelo grupo militar birmanês. Antes dele, o fotojornalista autônomo de Yangon      chamado Ko Soe Naing           faleceu       sob custódia militar, em 14 de dezembro. A PEC presta condolências por seu falecimento e impele o ditador militar Min Aung Hlaing a oferecer justiça às famílias enlutadas”, declarou Blaise Lempen, secretário-geral da PEC.

Mianmar, também conhecido como Birmânia ou Brahmadesh, está testemunhando uma série de incidentes desagradáveis desde o golpe militar de 1º de fevereiro de 2021. Nessa data,      o governo democraticamente eleito de Aung San Suu Kyi foi deposto      em Naypietaw, onde a fraternidade de trabalhadores da mídia também enfrenta atrocidades sem precedentes. O grupo militar deteve quase 125 jornalistas nos últimos 11 meses      e 30 deles ainda estão atrás das grades.

O Afeganistão despontou como o país mais perigoso para jornalistas, com 12 baixas      ocorrida     s em 2021, seguido pelo México (dez mortes), Paquistão (sete), Índia (seis), Filipinas, Iêmen (cada um com quatro), República Democrática do Congo (três), Mianmar, Bangladesh, Brasil, Colômbia, Quênia, Nigéria, Somália, Azerbaijão, Turquia (cada um com duas) etc.

“Por outro lado, A Índia tem perdido      um grande número de repórteres devido a complicações por covid-19 desde março de 2020, seguida apenas pelo      Brasil (294 baixas na mídia relacionadas ao      coronavírus     ). Seguem a situação da Índia (279) o Peru (198), México (122), Colômbia (79), Bangladesh (68), Estados Unidos (66), Itália (60), Indonésia (42), Paquistão (27), Nepal (23) etc.”, apontou Nava Thakuria, representante da Ásia na PEC (www.pressemblem.ch/pec-news.shtml).


Traduzido do inglês por João Paulo Salvatori/Revisado por Paula Nishizima.