MÚSICA

Por Renan Simões

 

O samba tem raízes na música da Umbanda. Entretanto, álbuns de samba, em suas diversas vertentes, diferem bastante dos álbuns de Umbanda, visto que são formatados para um público consumidor mais amplo. Os registros de Umbanda, por sua vez, têm um caráter mais arquivístico e modesto, para preservação das práticas musicais de certo contexto e/ou divulgação local entre seus adeptos.

O álbum Umbanda, de Baiainha, lançado em 1977, mantém o padrão dos discos de Umbanda: recortes de performances de pontos adaptados para o formato fonográfico. Entretanto, há um quê de inovação e energia ecumênica em todas as faixas, como se o projeto almejasse sair do pequeno nicho de consumidores de discos de Umbanda para atingir, de forma efetiva, ouvintes de samba e da música popular no geral.

Este pode até não ser meu álbum preferido de Umbanda, mas seu equilíbrio formal e beleza, somado a seu caráter mais universalista, o torna irresistível, e muito adequado ao contexto essa lista. Encontramos melodias e interpretações bem inspiradas em Rainha das águas, Saudação aos orixás, Salve a Cabocla Jurema e Dia de Iemanjá, junto ao clima bem agradável de Chapéu de couro, Salve o povo de Umbanda, Ogum guerreiro, Vence demanda e Salve Seu Mata Verde. Há, por outro lado, algumas faixas regulares, mas que não interferem nas boas vibrações emanadas pela artista ao longo do registro.

Baianinha, Umbanda, uma voz da Umbanda que quebra fronteiras! Ouça, desfrute, reflita, repasse: