OPINIÃO

 

 

Por Sérgio Mesquita

 

 

“O otimista é um tolo. O pessimista, um chato.  Bom mesmo é ser um realista esperançoso.”

Ariano Suassuna 

 

Aquela coisa que ocupa o Palácio do Planalto hoje, conseguiu em três anos destruir o país economicamente, socialmente e moralmente. Se CPF fosse, o Brasil seria um indigente, morador de rua, atrás de qualquer país que pudesse ser classificado de “Terceiro Mundo”.

Para felicidade das corporações e dos exploradores da ultradireita, a sociedade se perde discutindo arma, as palhaçadas do “coiso”, nas justas lutas identitárias, que se perdem enquanto não luta de classe, de todos, pois somos todos trabalhadores explorados, independente de crença, sexo, religião, raça, gênero etc. Ficam muito gratos enquanto, com ou sem pandemia, continuam lucrando e acumulando em níveis absurdos, enquanto o restante da sociedade fica mais e mais empobrecida pelo sistema.

A perversão é tanta, que mesmo com o Lula ganhando ou outro candidato com a mesma linha ou mais radical, vier a ganhar as eleições, nada conseguirá reverter de imediato. Serão necessários alguns outros mandatos e muita “compaixão” de nossas amigas democracias ocidentais, pois estas mesmas democracias, teriam que aceitar quebras de contratos, reestatização, mudanças na política interna e externa, desfazendo-se de todas as benesses que conseguiram e adquiriram em nossas terras tupiniquins, em consequência da política seguida por este governo, de entrega a qualquer custo das nossas riquezas, terras e soberania. Devolveriam, os EUA, a Europa, os Asiáticos, nossa Base de Alcântara, as aquisições de nosso óleo no pré-sal, às empresas e indústrias privatizadas? Aceitariam o resgate de nossa Constituição, sem nos acusar de golpistas, ditadores e financiar outras “primaveras” aqui? De nossa parte, enfrentaríamos a OCDE, OMS, OMC e outras siglas de manutenção das corporações mundiais? Manteria o novo governo as mesmas relações com as financeiras, bancos e as empresas de comunicação? Ou iremos trabalhar uma verdadeira Reforma Fiscal, Jurídica, Administrativa, na Regulação das Mídias, nas Agências reguladoras, no SUS…?

Quanto tempo de negociações externas e internas seriam necessários para termos um denominador comum nas relações sociais, comerciais e políticas? No mínimo, de 20 a 30 anos, se não começarmos a agir agora. Primeiro deveríamos fazer com que a Justiça, segundo José Saramago”, passe a nos representar e nos atender. Isso posto, Bolsonaro no mínimo estaria “impichado”, se não preso também. A partir daí começaram os trabalhos de negociações, socos na mesa, ameaças de bloqueios, sanções, como colocado anteriormente, pelas nossas “amigas” democracias ocidentais”. As mesmas que oficialmente nunca questionaram o que aconteceu no Brasil, após as eleições de 2014 e 2018. Salvo ONGs, um deputado aqui e ali, em especial, quando o assunto era o clima e a preservação do Planeta, nada de oficial, de institucional. Nenhuma censura, até que veio a pandemia, e nem eles aguentam tanta imbecilidade e erros de estratégia no combate a COVID-19, que acabamos por nos tornar uma ameaça a saúde mundial. E, mesmo assim, se por um acaso eles puderem “justificar” a tomada da Amazônia ou mesmo uma intervenção “branda”, com Bolsonaro ou similar o farão. E nossos empresários jurássicos e a nossa mídia corporativa exaltarão esta nova “salvação” do país, como feito em outras oportunidades.

Passou da hora da luta exclusiva nas redes sociais (que deve ser mantida). Ou vamos juntos para as ruas, sentir o cheiro de nossos suores, do medo da bomba, do gás e, por que não, da bala perdida, ou nada acontecerá em Brasília, que possa minimamente começar a reverter esta situação de caos que vivemos hoje. Se nada for feito, 400 mil mortes serão poucas.

Há braços.