Por Kester Kenn Klomegah

A Universidade Federal do Extremo Oriente (FEFU) irá sediar a 6° edição do Fórum Econômico Oriental (EEF) de 2 a 4 de setembro, em Vladivostok, onde espera-se que diretores de corporações e investidores da região Pacífico Asiático e do extremo oriente da Rússia reúnam-se.

A Fundação Roscongress, a organizadora do fórum, declarou que os preparativos estavam em andamento e dependeriam da situação da atual pandemia. “É muito provável que a EEF se realize este ano, as datas estão sendo discutidas até agora, mas a previsão é que aconteça na primavera. O formato dependerá do quadro epidemiológico”, afirmou.

O fórum é realizado tradicionalmente no início de setembro na Ilha Russky, no território Primorie. Porém, em 2020 foi cancelado por causa da pandemia do novo coronavírus. “Estou confiante de que o fórum deste ano irá desenvolver sua capacidade de investimento. Além disso, será uma plataforma importante para o desenvolvimento de laços humanitários à luz de nossa cooperação com países asiáticos na luta contra a COVID-19”, afirmou o conselheiro do presidente da Federação Russa, o secretário executivo do comitê de organização da EEF, Anton Kobyakov.

Kobyakov declarou que “o fórum será organizado no mais alto nível, seguindo as recomendações do serviço de controle sanitário da Rússia, Rospotrebnadzor, e da Organização Mundial da Saúde (OMS).”

Kobyakof descreve o fórum econômico como uma ferramenta eficiente para desenvolver a cooperação internacional multilateral na Ásia-Pacífico, que reúne anualmente líderes dos principais países da APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico) para discutir aspectos universais da economia global.

A reunião é considerada um importante passo para o desenvolvimento e fortalecimento da colaboração relacionada ao investimento entre as comunidades empresariais no Extremo Oriente. Como um dos maiores fóruns econômicos da Rússia, reúne a cada ano muitos milhares de participantes, incluindo representantes de ministérios e órgãos governamentais, organizações financeiras e de investimento, startups, companhias de tecnologia e inovação, e representantes da mídia.

O 5° fórum em setembro de 2019 realizou mais de 100 painéis de discussões, mesas redondas, e cafés de negócios dedicados aos mais relevantes tópicos da agenda regional e internacional. As discussões se concentravam em quatro temas:

  • Novas soluções para acelerar o crescimento econômico
  • Melhorias no ambiente empresarial
  • O Extremo Oriente e a Ásia-Pacífico: Promovendo a colaboração
  • Novas soluções para melhorar a qualidade de vida

A sessão plenária recebeu Vladmir Putin, presidente da Federação Russa; Shinzō Abe, primeiro-ministro do Japão; Narendra Modi, primeiro-ministro da Índia; Mahathir Bin Mohamad, primeiro-ministro da Malásia; Khaltmaagiin Battulga, presidente da Mongólia e muitos outros dignitários e personalidades do alto escalão.

A Rússia é um dos poucos países localizado tanto na Europa quanto na Ásia. Sua localização geográfica única a torna uma ponte entre o Oriente e Ocidente, entre a Europa e a Ásia. O fórum ajuda a promover parcerias em toda a região Ásia-Pacífico.

O Fórum Econômico Oriental foi estabelecido por um decreto do presidente da Federação Russa, Vladmir Putin, em 2015, em apoio ao desenvolvimento econômico do Extremo Oriente da Rússia e expansão da cooperação internacional na região pacífico-asiática. Durante o fórum de 2019, a exibição “Bem-vindo ao Extremo Oriente” mostrou em particular os resultados do trabalho das agências governamentais ao longo dos últimos cinco anos e os prospectos para o desenvolvimento da região sob o Programa Nacional de 2025.

O presidente Vladimir Putin tem feito esforços para transformar o Extremo Oriente em uma região comercial e industrial vibrantes, atraindo investidores locais e estrangeiros. O governo russo alocou um grande orçamento para seu fomento. Putin afirmou, várias vezes, que o governo implementa iniciativas adicionais para impulsionar a economia, reconstruir infraestruturas e intensificar esforços a fim de melhorar o clima de investimento e criar oportunidades de trabalho por lá como parte de seu programa prioritário.

Dado o vasto território do Extremo Oriente, 6,3 milhões de pessoas significa pouco menos de uma pessoa por quilômetro quadrado, tornando o Extremo Oriente uma das áreas mais escassamente povoadas do mundo. O governo russo continua discutindo uma série de programas de repovoamento, na esperança de atrair, em particular, pessoas russas para lá; mas, talvez, concordando que o povoamento da região deve ser feito através de um sistema de imigração semelhante ao do Canadá.

Até o ano 2000, o Extremo Oriente russo não tinha fronteiras definidas de forma oficial. Um único termo “Sibéria e o Extremo Oriente” muitas vezes se refere às regiões da Rússia a leste dos Urais, sem estabelecer uma distinção clara entre “Sibéria ” e “Extremo Oriente”. No entanto, o Extremo Oriente é geralmente considerado como o território mais oriental da Rússia, entre o Lago Baikal, no leste da Sibéria, e o Oceano Pacífico.


Traduzido do inglês para o português por Jenifer Araújo /  Revisado por Larissa Dufner