A menos de 72 horas do encerramento da votação nas eleições gerais no Equador, o Conselho Nacional Eleitoral não anuncia oficialmente quais serão as candidaturas que irão para o segundo turno. Os dados que a página do CNE apresenta é a primeira candidatura que seguramente irá concorrer no segundo turno: a chapa Andrés Aráuz – Carlos Rabascal, pela lista 1, do Movimiento UNES-Unión por la Esperanza, movimento que aglutinou os votos da Revolución Ciudadana, força política que governou o país, tendo à frente o ex-presidente Rafael Correa.

A segunda candidatura é a que ainda está em aberto, em uma disputa voto a voto, dada a margem mínima de diferença que se estabeleceu entre o candidato do Movimiento Pachakutik, Yaku Pérez e o candidato do Movimiento CREO, Guillermo Lasso. Em todas as representações do Conselho Nacional Eleitoral prosseguem a contagem voto a voto e com a contagem das chamadas “Actas con Novedad”, vale dizer, que são as atas eleitorais que contém algum grau de inconsistência, que já passam de cinco mil, segundo os dados oficiais.

Pouco mais de 80% dos cidadãos aptos a votar foi às urnas no domingo passado (7/2), ao passo que o percentual de abstenções ultrapassou a 18%, que é um número relevante em um país em que o voto é obrigatório. Outro dado de interesse é a porcentagem de votos nulos e brancos que chegam a 12,5%.

Quanto à configuração da Assembleia Nacional, a primeira força política, com mais de 30%, é a Revolución Ciudadana e em seguida, com uma diferença percentual significativa, surge o Movimiento Pachakutik. Na composição da próxima legislatura, a terceira força política, ao que tudo indica, será a Izquierda Democrática, que é um partido tradicional ligado à social-democracia nacional, que ressurgiu nestas eleições com a figura de Xavier Hervás e com o voto duro, ou seja, o voto de quem vota na legenda independentemente do candidato, da província de Pichincha, onde se localiza Quito, a capital do país, enquanto o partido do banqueiro Lasso perde assentos na Assembleia.

Assim, o país está a horas de definir se o segundo turno será disputado entre duas propostas/projetos mais à esquerda ou entre o progressismo representado pela UNES e a ala direita, aliada ao CREO e ao Cristianismo Social, enquanto que, pelas redes sociais e pelos mais diversos meios de comunicação social, chovem acusações contra Yaku Perez e várias organizações emitem comunicados de apoio e Pachakutik fazem um apelo à mobilização nacional.