Ex-presidente apresentou um programa com 10 iniciativas coletivas que têm o objetivo de garantir que o processo eleitoral boliviano ocorra pacificamente

O ex-presidente da Bolívia Evo Morales, coordenador da campanha eleitoral do Movimento ao Socialismo (MAS), propôs nesta quinta-feira (06/02) um pacto nacional na tentativa de garantir a paz durante o pleito que elegerá os membros do Legislativo e Executivo do país em maio.

“Quero convidar os chefes e presidentes de partidos, grupos da sociedade, alianças, os candidatos e candidatas à presidência, os diretores de comunicação e o povo em geral para que juntos façamos um Grande Acordo Nacional para garantir um ambiente de paz em nossas eleições”, disse Evo em vídeo publicado em sua redes sociais.

O processo eleitoral, que culminará no pleito do dia 3 de maio, é marcado por uma escalada autoritária do governo da presidente autoproclamada Jeanine Áñez, que já prendeu diverso militantes e lideranças políticas do MAS. Ex-ministros do governo de Evo estão refugiados na embaixada do México desde o dia 10 de novembro, quando forças militares e da direita deram um golpe de Estado que forçou a renúncia do ex-mandatário.

“Durante os últimos meses, fomos testemunhas de ações violentas. Acreditávamos que isso era parte do passado. Aumentaram os casos de racismo e discriminação. Vimos como se perseguia e se atacava pessoas simplesmente por vestir uma cor de roupa ou militar em um partido político. A desconfiança não pode e nem deve tomar conta de nossa vida cotidiana. A maior riqueza de nossa pátria está em sua maravilhosa diversidade”, disse Evo.

O ex-presidente apresentou um programa com 10 iniciativas coletivas que têm o objetivo de garantir que o processo eleitoral boliviano ocorra pacificamente.

“Erradicar o discurso de ódio nas ruas, nas redes e nos meios de comunicação. E erradicar o racismo e todas as formas de discriminação”, foi o primeiro ponto proposto pelo ex-presidente.

As propostas de Evo ainda passam por erradicar notícias falsas e aguerra suja durante a campanha eleitoral, desarticular grupos paramilitares, garantir que todos os partidos políticos façam campanha livremente, bem como que a campanha eleitoral seja marcada “pelo debate de ideais”.

O ex-mandatário ainda pediu que se respeita a Wiphala, símbolo dos povos originários, e que as Forças Armadas e a Polícia cumpram “estritamente com sue papel constitucional”.

“Irmãs e irmãos, eu proponho que empreguemos todo nosso esforço para que as eleições sejam um verdadeiro cenário de reencontro entre bolivianas e bolivianos para fecharmos todas as feridas”, conclui Evo.

Veja vídeo:

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