No ano passado, quando aconteceu a última votação, 191 dos 193 estados-membros da ONU votaram a favor do fim do bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto por Washington à ilha caribenha

As Nações Unidas devem votar nesta quinta-feira (01/11) o projeto de resolução que propõe colocar um fim ao bloqueio imposto pelos Estados Unidos a Cuba em 1960.

Durante a primeira sessão da reunião, que terminou no começo da tarde desta quarta (30/10), foram ouvidos os discursos de 31 países, integrantes de organismos como o G77 e a Celac. O chanceler cubano Bruno Rodríguez deve falar nesta quinta.

Ao contrário dos anos anteriores, a sessão deste ano acontece em dois dias. Segundo Rodríguez, isso pode ser creditado aos Estados Unidos, que apresentou oito emendas à resolução para atrasar a votação e segurar a discussão.

No ano passado, quando aconteceu a última votação, 191 dos 193 estados-membros da ONU votaram a favor do fim do bloqueio econômico, financeiro e comercial imposto por Washington à ilha caribenha. Somente Estados Unidos e Israel se puseram contra e não houve abstenções.

Em 2016, último ano do governo do democrata Barack Obama, os Estados Unidos, que estavam em rota de reaproximação com Havana, se abstiveram e não houve votos contra a resolução. No entanto, Washington dizia precisar, no mínimo, de aprovação do Congresso para derrubar o bloqueio, o mais longo já imposto a um país.

Discussão

Em nome do bloco dos Países Não Alinhados, o embaixador venezuelano na ONU, Samuel Moncada, rechaçou a política dos EUA com relação a Cuba e destacou que, nos últimos 27 anos, a Assembleia Geral tem votado a favor do país caribenho.

“O bloqueio constitui uma violação do desenvolvimento de Cuba, privando o país de dialogar com o plano internacional. O dano indireto e direto afeta todos os setores vitais da economia”, disse o embaixador.

Em nome do Grupo dos 77, que compreende nações do sul em desenvolvimento, o embaixador do Egito na ONU, Mohamed Fathi Ahmed Edrees, ressaltou a importância de Cuba no cenário global e disse que “o fim do bloqueio contribuiria para o desenvolvimento mundial”.

Também argumentaram a favor de Cuba o embaixador do Vietnã nas Nações Unidas, Dang Dinh Quy, e o representante da Jamaica na ONU, Courtenay Rattray.

Ambos destacaram a importância do respeito à soberania dos povos e expressaram seu descontentamento com a continuidade do bloqueio norte-americano.

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