No dia primeiro de julho será marcado pelo pleito eleitoral no México. O candidato de centro-esquerda Andrés Manual López Obrador do partido Morena (Movimento de Regeneração Nacional), é o líder das pesquisas de intenção de voto e pode simbolizar uma mudança nas políticas econômicas e sociais.

O México tem mais de 80 milhões de pessoas aptas a votar. Décadas de políticas neoliberais corroeram o poder de compra das cidadãos e dos cidadãos mexicanos. O país faz parte do NAFTA (Tratado de Livre Comércio da América do Norte). O mau desempenho econômico é um exemplo de políticas neoliberais, inclusive para o Brasil, que sob o governo de Temer tem vivenciado a implementação de uma série de medidas de caráter neoliberal. Como a “flexibilização” das leis trabalhistas.

O Brasil e o México são países extremamente parecidos em muitos sentidos. Além do amor pelo seriado Chaves (El Chavo del ocho em espanhol), da grande diversidade cultural cristalizada em culinária, música, e outras formas de expressão, temos em comum também a profunda desigualdade social, o monopólio dos meios de comunicação – como no caso da Televisa Mexicana e da vênus platinada no Brasil e agudos problemas com o narcotráfico.

O modelo econômico e social de Temer baseado em cortes e austeridade não ter surtido efeitos, o Brasil ainda patina com 13% da sua população sem emprego, segundo dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). 33% das pessoas entre 18 e 24 anos estão desempregadas. Isso significa que a cada 3 jovens brasileiros, em média, 1 está sem ocupação. Não se trata de uma questão de opinião política, os números mostram o fracasso da equipe econômica de Temer que só tem trabalhado para as elites econômicas do Brasil. Vale lembrar que Henrique Meirelles, Ministro da Fazenda do Brasil, tem uma largo histórico como executivo em grandes bancos… a (de)forma trabalhista não aumentou em nada o percentual de pessoas empregadas, como dizia a propaganda do governo brasileiro.

O candidato de esquerda Obrador propõe um modelo Keynesianista, com a intervenção do Estado Mexicano na Economia e com uma série de políticas importantes do ponto de vista energético como a criação de uma refinaria, o que vai diminuir a importação de diesel e gasolina. O Brasil vivenciou uma greve dos caminhoneiros, que teve como um dos seus motivos, a elevação dos preços dos combustíveis. Isso se deu por conta de uma política de preços baseada no valor do barril de petróleo no mercado internacional, na diminuição da capacidade de refino do Brasil e no aumento das importações.

O Brasil, assim como o México, precisa de um outro modelo econômico. Um mais humano, que foque na melhoria da qualidade de vida das pessoas de fato e não no aumento dos dividendos dos grandes acionistas. Neste sentido, Obrador pode ser uma alternativa a décadas de políticas neoliberais.