Após mais de dois anos de refúgio, fundador do WikiLeaks anunciou que deixará a embaixada do Equador em Londres. Relembre os fatos envolvendo o australiano, desde a fundação da plataforma de vazamento de dados, em 2006.

Dezembro de 2006: O Wikileaks é criado para divulgar anonimamente injustiças de “regimes repressores”.

Janeiro de 2007: Começa a publicação de informes da internet.

Novembro de 2007: Wikileaks publica o manual de procedimento militar no Campo Delta da base de Guantánamo, em Cuba.

Setembro de 2008: Wikileaks difunde fotos e trechos de e-mails pessoais da governadora do Alasca e candidata à vice-presidente dos Estados Unidos, Sarah Palin.

Abril de 2010: Wikileaks divulga vídeo que questiona a versão oficial sobre como o exército dos Estados Unidos matou 11 iraquianos em 2007.

Julho de 2010: Wikileaks publica 91 mil documentos secretos sobre a guerra no Afeganistão, gerando grande repercussão na imprensa.

Agosto de 2010: A promotoria sueca abre uma investigação contra Assange por suposto assédio sexual. No mesmo mês, o Partido Pirata da Suécia cede ao Wikileaks seus servidores para alojar os conteúdos da plataforma.

Outubro de 2010: Wikileaks publica 391 mil documentos do Pentágono.

Novembro de 2010: Wikileaks começa a liberar mais de 250 mil documentos diplomáticos confidenciais dos EUA.

2 de dezembro de 2010: O servidor francês OVH, em Roubaix, acolhe o Wikileaks depois que a americana Amazon rescindiu o contrato com o site. Wikileaks.org é desalojado do sistema de domínios da EveryDNS e se aloja em um IP suíço.

7 de dezembro de 2010: Assange é detido pela polícia de Londres pelas acusações que recebeu na Suécia. Nove dias depois, é liberado após pagamento de fiança.

Fevereiro de 2011: O juiz britânico Howard Riddle aprova a extradição de Assange para a Suécia.

Agosto de 2011: Nos últimos cinco dias do mês, o Wikileaks publica cerca de 230 mil documentos da diplomacia dos Estados Unidos.

Outubro de 2011: Assange anuncia em Londres que o Wikileaks deixa de publicar documentos oficiais secretos por falta de financiamento.

Novembro de 2011: O Tribunal Superior de Londres dá luz verde para a extradição de Assange para a Suécia.

Janeiro de 2012: A rede de televisão Russia Today anuncia que Assange irá entrevistar políticos e personalidades de todo o mundo numa série de programas. A primeira das entrevistas acontece dois meses depois, com o presidente do Equador, Rafael Correa.

14 de junho de 2012: O Supremo Tribunal do Reino Unido rejeita uma petição de Assange para reabrir o seu caso, a fim de evitar sua extradição à Suécia.

19 de junho de 2012: O Ministro do Exterior do Equador, Ricardo Patiño, informa que Assange está na embaixada do Equador em Londres e pediu asilo político.

20 de junho de 2012: A polícia londrina adverte que Assange violou as condições de prisão domiciliar e pode ser detido. Três dias depois, a polícia entrega uma carta a Assange para que ele se apresente pessoalmente à delegacia. No dia 29, o porta-voz de Assange garante que ele não se entregará à polícia e permanecerá na embaixada.

5 de julho de 2012: Wikileaks anuncia que começou a publicar mais de 2,4 milhões de e-mails de importantes figuras políticas e empresas relacionadas ao regime sírio.

25 de julho de 2012: O jurista espanhol Baltasar Garzón passa a integrar a equipe de advogados de Assange. Cinco dias depois, Christine Assange, mãe do fundador do Wikileaks, se reúne com o Ministro do Exterior do Equador, em Quito, e diz que há um júri nos Estados Unidos que estuda evidências para apresentar possíveis acusações contra seu filho.

6 de agosto de 2012: O procurador-geral australiano, Nicola Roxon, reitera que a Austrália não pode fazer mais nada por Assange. Dez dias depois, o Equador anuncia que concedeu asilo político a Assange.

19 de agosto de 2012: A União de Nações Sul-Americanas (Unasul) respalda o Equador diante da “ameaça” que disse ter recebido do Reino Unido de invadir sua embaixada em Londres.

24 de agosto de 2012: A Organização dos Estados Americanos (OEA) aprova uma resolução mostrando “solidariedade e respaldo” ao Ecuador. No dia seguinte, o Equador anuncia retomar o diálogo direto com o Reino Unido e a Suécia para buscar soluções para o caso Assange.

30 de agosto de 2012: O ex-juiz espanhol Garzón afirma que “está claro” que há nos Estados Unidos “uma investigação por parte de um júri secreto” contra Assange.

17 de junho de 2013: Reino Unido e Equador concordam em criar uma comissão de juristas dos dois países para encontrar una solução para o caso.

19 de junho de 2013: Assange completa um ano de isolamento.

Julho de 2013: O ministro do Exterior do Equador revela a descoberta de uma escuta clandestina na embaixada em Londres.

Outubro de 2013: Equador anuncia que o Reino Unido descartou criar uma comissão conjunta para estudar uma solução para o caso.

Janeiro de 2014: O presidente do Equador, Rafael Correa, diz que a solução do caso está nas mãos dos europeus.

Fevereiro de 2014: Os advogados suecos de Assange pedem que ele seja interrogado na embaixada do Equador em Londres.

17 de junho de 2014: Correa denuncia que a retenção forçada de Assange fere os direitos humanos.

18 de junho de 2014: A defesa de Assange pede à ONU uma investigação “independente” sobre os crimes pelos quais Assange é acusado na Suécia, bem como uma revisão das ações do Ministério Público e das autoridades do país.

19 de junho de 2014: Assange completa dois anos na embaixada do Equador em Londres.

18 de agosto de 2014: Assange anuncia que deixará a embaixada “em breve”.

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