Naseema Khatoon faz parte do documentário “Daughter of Sex Worker”, da cidade de Muzaffarpur no distrito de Bihar, na Índia, e da organização PARCHAM – um grupo que oferece informações a trabalhadoras do sexo a procura de outras formas de lucro, ao mesmo tempo que promove recursos para seus filhos frequentarem a escola primária – muitos deles pela primeira vez. Ela está trabalhando na zona de prostituição.
 
Recentemente ela informou à Rede de Diplomacia Pública Europeia que o Parcham ainda enfrenta dificuldades econômicas e necessita de maiores assistências financeiras.Naseema diz que está achando sua missão “um pouco difícil”.
Entretanto, ela obtém grande satisfação do tipo de trabalho que faz, e durante suas atividades, percebeu que as pessoas não gostam de criminosos! Parece tão óbvio, mas enquanto trabalhava, ela encontrou diversos tipos de problema e obteve apoio no mesmo nível em que ela realiza as atividades, em meio a pessoas comuns e vizinhos.
Ainda assim, o elemento criminoso e os mecenários estão criando barreiras bem em frente ao escritório da organização. As supostas autoridades – pessoas do governo e polícia – não estão dispostas a oferecer ajuda – o que quer que venha daquele quartel só é dado com relutância.
Ela está recorrendo ao mundo exterior em busca de apoio à organização sob as normas do igualitarismo econômico, uma Ideologia do Povo, para ajudá-la nessa campanha. Naseema, como secretária do PARCHAM, solicita ajuda para si própria e para sua organização para lutar contra as injustiças sofridas pelo povo de seu distrito.
Nasreema Khatoon se auto denomina filha de uma trabalhadora do sexo porque sua avó, que a criou após seu pai e mais tarde sua mãe a abandonarem, era uma trabalhadora do sexo – ela não sabe o que sua mãe fazia para ganhar a vida.
Naseema Khatoon decidiu lutar para mudar as vidas deploráveis das pessoas envolvidas no tráfico de mulheres. Ela formou uma organização, a Parcham, com essas trabalhadoras, seus filhos e aquelas que se aposentaram da profissão. Juntos, eles trabalham para proteger essas pessoas de atrocidades da polícia, conseguir educação para seus filhos e fornecer fontes alternativas de renda para aquelas que querem desistir da profissão. A missão principal de Nashima é se livrar do estigma com que os trabalhadores do sexo são forçados a conviver. Ela busca dignidade para todos eles – uma vida digna e feliz.
 
Assista: Witness – “Daughters of the Brothel” – Al Jazeera:
 

Naseema Khatoon, Secretary, PARCHAM
Shukla Road, Ward No.40, Hafizi Chowk,
Muzaffarpur-842001, Bihar, India.
Cell no. 08740885604,09460706170
http://www.facebook.com/naseema.khatoon2
 
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By Mohd Hasnain Arij – for TwoCircles.net
Muzaffarpur: Ao entrar na escola quando criança, foi pedido que ela não revelasse seu endereço a seus colegas. Hoje em dia sua casa é regularmente visitada pela mídia, plebeus e ONGs. Naseema, agora com 30 anos, teve que lidar com o estigma de residir em uma colônia de trabalhadores do sexo, popularmente conhecida como uma zona de prostituição durante vários anos. Superando toda a pressão para se envolver no tráfico da região, ela estudou até se matricular na faculdade, e então mostrou-se movida contra o tráfico.  No ultimo mês de março, ela ganhou o prêmio “Real Hero”, da CNN-IBN And Reliance por seu ato heróico.
Sua família vivia na area de Lalten Patti, da localidade de Chatarbhuj Sthan, na cidade de Muzaffarpur. A localidade está dividida entre Tawaif Mandi e Lalten Patti – na primeira residem cantores e qawwals, enquanto a última abriga inúmeras casas de trabalhadoras do sexo.
Naseema cresceu em Lalten Patti observando clientes entrarem naquelas casas na calada da noite. Ela também presenciou várias invasões policiais na localidade, e dentro de sua casa também havia alguns membros da família envolvidos no tráfico. Quando a polícia realizava incursões em sua casa, ela era acordada e forçada a ler um livro em voz alta, para fazer com que a polícia acreditasse que a casa era habitada por uma família normal e respeitada, e não por trabalhadoras do sexo.
Ela começou a sentir o estigma quando estava no quarto ano. Sua mãe a instruiu para não revelar seu endereço a ninguém. Nas cerimônias anuais da escola, ela ficava distante, apenas olhando para a multidão de sua classe. Até mesmo ao se matricular na faculdade ela deu o endereço errado aos colegas.
No sétimo ano, sua mãe se casou novamente e sua vida tornou-se mais obscura. Sentava-se frequentemente no telhado e pensava em seu futuro. Mas havia algo bom para ela. Logo após o segundo casamento de sua mãe, sua avó a levou para Sitamadhi. Ali, Naseema se juntou a uma ONG para continuar sua formação. Apesar de tudo, ela realizou sua matrícula. Mas a verdadeira reviravolta em sua vida veio depois.
Certo dia, em 2002, ela estava na loja de um parente na zona de prostituição de Muzaffarpur. A polícia investigou a área. Mulheres e garotas foram expulsas de casa e espancadas. Uma policial comandava a incursão. Naseema estava feliz e triste ao mesmo tempo. Feliz por ver uma policial mulher, mas triste por causa das inocentes; algumas delas eram suas amigas e estavam sendo espancadas por policiais homens. Essas mulheres foram trazidas de algum outro lugar por intermediários. Foram forçadas a participar do tráfico.
A cena a deixou transtornada e ela decidiu fazer algo para controlar o tráfico do sexo e libertar as garotas ligadas a ele e fornecer educação a elas. Ela abriu a ONG Parcham. O mesmo quarto onde ela passou a infância tornou-se o escritório do Parcham. A corajosa jovem enfrentou os veteranos do tráfico e assegurou a libertação de centenas de trabalhadoras do sexo menores de idade.
Para espalhar esse pensamento, ela criou uma revista escrita a mão chamada Jugnu. Logo se tornou popular em zonas de prostituição de outros distritos. Tornou-se famosa. Ela e seu trabalho foram destaque na mídia local e nacional. E em 10 de março de 2010, a CNN-IBN and Reliance lhe concedeu o prêmio “Real Hero”, na presença dos atores bollywoodianos Amir Khan, Sunil Shetti e do empresário Mukesh Ambani. Ao receber o prêmio, Naseema tinha lágrimas nos olhos.
Quando um de seus correspondentes a encontrou em 20 de março em sua casa, ela estava com algumas garotas e mulheres. Disse que queriam trabalhar para o governo, que queriam nomes e identidades. “não somos trabalhadoras do sexo, somos filhas desta sociedade”, disse Naseema, que ao conviver com trabalhadoras tornou-se bem sucedida em proteger seu próprio caráter, bem como o de muitos outros’.
(Mohd Hasnain Arij is a freelance journalist based in Muzaffarpur, Bihar)
See:
http://twocircles.net/2010apr16/naseema_story_girl_who_took_sex_trafficking_bihar.html