Assunção, 30 mar (Prensa Latina) Uma alta instância da Organização das Nações Unidas (ONU) apontou, pela primeira vez, que a expedita destituição do presidente paraguaio, Fernando Lugo, em junho passado, contemplou importantes irregularidades e pediu investigações.

A resolução que acaba de ser aprovada pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU, ao analisar as violações dessas prerrogativas no país sul-americano, colocou o tema sobre a mesa enquanto os executores do fato se preparam para disputar o poder nas eleições de 21 de abril.

Tanto os partidos políticos tradicionais como os membros do Congresso que aspiram agora a se reeleger, foram artífices de um acordo mediante o qual se impôs um julgamento político contra o presidente constitucional, destituindo-o em pouco mais de 30 horas.

O ocorrido provocou a suspensão imediata dos membros do Paraguai na Unasul e Mercosul, os dois grandes blocos integracionistas da América do Sul, e o não reconhecimento por parte de seus integrantes e outros países do governo conformado após o golpe parlamentar, algo que se mantém.

Paralelamente, o Paraguai foi impedido de participar, não só nas atividades dessas instâncias senão de eventos internacionais como a Cúpula Ibero-americana e a constituição da importante Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (Celac), entre outros.

Agora, o Comitê que está encarregado de acompanhar o cumprimento do Pacto de Direitos Civis e Políticos da ONU pediu uma investigação de ditas irregularidades, incluindo a violação do direito do presidente a uma justa defesa segundo destaca do processo desenvolvido.

A denúncia da ONU reconheceu que a destituição do presidente constitucional não foi realizada em plena conformidade com os princípios básicos do devido processo.

Essa resolução do comitê das Nações Unidas, contentiva também de duras críticas sobre abusos, atropelos e assassinatos contra camponeses e indígenas, reforçou o isolamento internacional do Governo e reavivou as críticas aos participantes do golpe, que procuram se manter no poder.