Em menos de um minuto, uma vítima pode fazer o upload de onde, como, quando e que tipo de violência foi usada contra ela. Os dados são arquivados e processados para criar um mapa da Holanda mostrando onde ocorreram os incidentes de homofobia.

Henk Krol, presidente da fundação e editor do Gay Krant, explica que usuários do aplicativo também recebem aconselhamento sobre o que fazer quando passam por uma situação assim.

“Se alguma coisa aconteceu, você pode imediatamente fazer um boletim de ocorrência com a polícia via celular. E receberá dicas de onde prestar queixa. Porque cada queixa, é claro, é diferente. Você foi intimidado? Ou ameaçado fisicamente? Dependendo do que você preenche, você recebe dicas de qual o local certo a procurar.”

**Registro**

A fundação Vrienden van de Gay Krant trabalha em conjunto com a Promotoria Pública e o ombudsman nacional para encontrar a maneira mais eficiente de agir contra a violência homofóbica.

Henk Krol espera que isso leve a uma redução no número de incidentes. Todos os boletins de ocorrência também são registrados no site www.bashing.eu .

Até agora, os resultados na cidade de Utrecht foram animadores. O aplicativo foi lançado lá no final de março com o nome Gay Alert. De acordo com Henk Krol, há um aumento no número de boletins de ocorrência cada vez que a mídia dá destaque ao aplicativo: “Espero um aumento no número de boletins de ocorrência, porque eles podem ser arquivados mais rapidamente desta maneira.”

**Inventário**

O aplicativo holandês contra a homofobia é baseado em seu similar belga, que foi criado por Bert Vermeire. Ele trabalha numa agência de publicidade em Bruxelas e pensou no aplicativo depois de ter visto uma campanha do movimento anti-homofobia Outrage! no Facebook. “As pessoas eram convidadas a criar uma estratégia para criar um inventário da violência homofóbica”, conta Vermeire.

Números divulgados recentemente mostram que houve um aumento substancial de incidentes de homofobia na Holanda em 2010. O número de casos dobrou em relação a 2009. O COC, grupo holandês de defesa dos direitos da comunidade LBTG, diz que 7 a cada 10 homossexuais na Holanda – tanto gays como lésbicas – sofre violência homofóbica em algum momento de suas vidas.