Em Deraa, berço do movimento de protesto, cinco manifestantes faleceram, vítimas de disparos feitos pelas forças de segurança, enquanto em Hama ao menos cinco civis morreram e cerca de 20 ficaram feridos.

Em Homs, onde ocorreram grandes manifestações, reprimidas pelo exército, foram encontrados os corpos de cinco pessoas que tinham sido detidas na noite de quinta-feira pelas forças de segurança, enquanto um sexto civil, ferido na manhã desta sexta-feira, faleceu logo depois.

Em Idleb, dois manifestantes perderam a vida e 37 ficaram feridos pelas forças de segurança.

Aí, pelo menos 25 pessoas ficaram feridas quando as forças de segurança dispararam para impedir que os manifestantes entrassem na praça Hanano, quando a missão árabe já havia abandonado o setor, assegurou a fonte.

Na região de Homs, dois civis e dois soldados dissidentes e cinco membros das forças de segurança morreram durante uma emboscada perto da cidade de Tal Kalaj, junto à fronteira libanesa, segundo o OSDH.

As forças de segurança também abriram fogo contra manifestantes em Damasco, onde realizaram detenções quando os fiéis saíam das mesquitas.

Segundo o OSDH, mais de 250 mil opositores se reuniram em dezenas de localidades da província de Idleb, sobretudo na cidade de Idleb, Marat al Noman, Jan Sheijun e Saraqeb.

Nessas duas últimas cidades, o exército retirou os tanques diante da visita prevista dos observadores da Liga Árabe, assegurou o OSDH, que tem sua base no Reino Unido.

Em Duma, junto à capital, onde estavam os observadores, mais de 60 mil pessoas protestaram; segundo a organização, as forças de segurança utilizaram bombas com pregos e gás lacrimogêneo para dissipar os manifestantes, ferindo ao menos 24 pessoas.

Em Alep (norte), cidade pouco afetada pelo movimento de protesto, partidários do regime “reprimiram com violência” uma manifestação no bairro de Salahedin.

Na quinta-feira, as forças de segurança mataram ao menos 25 pessoas, enquanto os observadores estavam em Hama, Idleb, Homs, Deraa e Duma.

“Queremos pedir uma diferenciação entre as palavras assassino e vítima. Nossa revolução, que começou há nove meses, é pacífica”, disseram aos observadores os opositores em sua página do Facebook, Syrian Revolution 2011.

Desde a chegada na segunda-feira da missão da Liga Árabe, “130 civis, entre eles seis crianças, morreram”, lamentaram os Comitês Locais de Coordenação (LCC) da revolta, enquanto a ONU contabiliza 5 mil falecidos desde o início da repressão, em março.

Apesar de duvidar da eficácia da missão, os opositores sírios consideram que a presença dos especialistas “oferece de alguma forma uma proteção” aos manifestantes.

Os Estados Unidos disseram nesta sexta-feira que a presença dos observadores na Síria é útil, apesar de a “violência perdurar”, enquanto a França acredita que ainda é cedo para se pronunciar sobre os resultados da missão.

A Rússia, aliada da Síria, mostrou-se “satisfeita” pelo início da missão, que recebeu a aprovação da China.

A missão de especialistas faz parte de um plano árabe aceito pela Síria para conseguir o final da repressão nas cidades e distritos opositores ao regime, assim como a libertação dos detidos e a livre circulação no país de observadores, além da liberdade dos meios de comunicação.