O presidente Lula continua fazendo um apelo para as potências mundiais e para a ONU para que aceite as bases do acordo nuclear firmado pelo Irã através de intermediação do Brasil e da Turquia. Segundo o presidente, “tem gente que não sabe fazer política se não tiver inimigo”. Com cooperação de China, Rússia, Reino Unido, França e Alemanha, os EUA submeteram ao Conselho de Segurança da ONU um esboço de resolução contra o Irã.

– Há quantos anos vocês ouvem essa briga entre Estados Unidos e Irã? Eles queriam colocar o Irã na mesa para negociar, que assumisse compromisso com a agência nuclear. Fomos ao Irã e conseguimos, depois de 18 horas de reunião, depois de duas viagens do Celso Amorim, aquilo que o Conselho de Segurança queria que fosse feito há seis meses. É muito engraçado porque algumas pessoas não gostaram. Tem gente que não sabe fazer política se não tiver um inimigo e sou daqueles que só sei fazer política construindo amigos – disse o presidente no no encerramento da Marcha dos Prefeitos, em Brasília.

Na quarta-feira, 19 de maio, Lula criticou a possibilidade de punir o Irã, afirmando que, se a comunidade internacional não negociar com Teerã, a crise nuclear voltará à “estaca zero” .

Nesta quinta-feira, o vice-presidente do Parlamento do Irã, Mohammad Reza Bahonar, disse que, caso sejam aprovadas novas sanções contra o país, o acordo assinado com brasil e turquia para a troca de urânio pouco enriquecido por combustível nuclear poderá ser cancelado . O parlamentar considerou “bem possível” que seja posta em prática a quarta rodada de sanções ao país negociada na Organização das Nações Unidas.

Segundo Lula, “a elite brasileira que escreve colunas” criticou a participação do Brasil no acordo, dizendo que o assunto não é da competência do Brasil.

– Quem é que disse que é coisa dos Estados Unidos, onde foi aprovado? Nós temos uma contribuição ao multilateralismo que deveria ser levada em conta. Esse é o jeito de o Brasil fazer as coisas – disse.

Lula disse ter educado seus cinco filhos “sem nunca ter dado um tapa na bunda deles, porque, se bater resolvesse, a gente não tinha tantos bandidos por aí”.