Incrível mas verdade: a OTAN prepara uma guerra na Europa

Ouvimos o senhor Mark Rutte, secretário-geral da OTAN, em sua conferência de imprensa em Vilnius, no dia 2 de Junho, e suas palavras foram incrivelmente beligerantes. Certamente como preparação para a cúpula da OTAN em Haia, na Holanda, cerca de 3 semanas depois.

É bom mencionar aqui que Haia é oficialmente chamada a Cidade da Paz e da Justiça, e é a cidade onde desde 28 de Agosto de 1913 está situado o Palácio Internacional da Paz. O facto de a OTAN ter realizado sua cúpula nesta mesma cidade é uma bofetada na cara de todos aqueles que defendem a paz e a justiça como o bem maior para a humanidade.

A cúpula custou ao Estado Holandês 183 milhões de euros, e isso num momento de crise econômica e social para o país. Grande parte da cidade foi isolada e nenhum cidadão podia entrar na zona da cúpula.

Convidaram o presidente Zelensky, assim como o presidente Trump.

O senhor Mark Rutte, na sua conferência de imprensa em Vilnius, confirmou que a Ucrânia se tornará membro da OTAN, não agora, mas em algum momento no futuro, e que a Europa/OTAN se deve tornar numa forte força militar contra a “terrível agressão da Rússia”. Os países europeus, membros da OTAN, devem aumentar seus gastos militares de 2% para 5% do Produto Interno Bruto de cada país.

Parece que a OTAN se está preparando para uma guerra contra a Rússia

Estes desenvolvimentos são incrivelmente perigosos para a Europa, tratando-se da mais recente loucura de uma parte do mundo que se está afundando rapidamente no charlatanismo da arrogância, na estupidez e no complexo de superioridade sem limites do Ocidente.

Após a OTAN ter travado uma guerra contra a Sérvia no final da década de 1990, por razões de expansão da OTAN nos Bálcãs, e depois uma outra em 2001 no Afeganistão, e a partir de 2003 igualmente no Iraque, na Líbia e na Síria, ficou claro que a OTAN não era mais uma pura aliança de defesa contra a União Soviética, mas se havia transformado numa aliança de guerra agressiva, atacando estados soberanos. Estados distantes da UE e do resto da Europa, estados que não eram de todo ameaças para a segurança europeia. Mas claro que eram estados com enormes recursos naturais como petróleo, gás natural, metais preciosos e outros, agora nas mãos de corporações multinacionais ocidentais.

E as agressões da OTAN não pararam por aí. Ela retomou sua expansão para o resto da Europa Oriental, querendo incorporar a Ucrânia, a Geórgia e a Moldávia. Embora tenha sido prometido ao último presidente da União Soviética a não expansão da OTAN para o leste europeu para além das fronteiras da antiga RDA, como condição para a reunificação das duas Alemanhas, a OTAN fez exatamente o contrário. A intenção da OTAN era ter suas bases ao redor de toda a Federação Russa, a um passo das fronteiras da Rússia. Se esta não é uma agressão de guerra direta, certamente é um ato muito hostil.

O envolvimento direto da OTAN no golpe de Estado de 2014 em Kiev (através dos EUA, do Reino Unido e de outros governos membros da OTAN) teve tudo a ver com uma futura incorporação da Ucrânia como membro da OTAN, sabendo-se muito bem qual seria a reação da Rússia. Se você não pode atacar diretamente um país como a Rússia, você se certifica de que haverá uma guerra por procuração, neste caso, usando a Ucrânia como outorgante. Também aqui, o objetivo final foi e é enfraquecer a Federação Russa por meio de uma guerra por procuração e, em seguida, dividi-la em países mais pequenos, colocando as mãos em todos os seus recursos naturais.

Se olharmos atentamente para este padrão de comportamento, podemos facilmente reconhecer o mesmo comportamento no período da colonização europeia na maior parte das regiões do planeta: Violência, submissão e opressão, e o saqueio de todas as riquezas que essas partes do mundo tinham em abundância.

Como os EUA são o resultado da colonização europeia da América do Norte, essa mentalidade europeia de superioridade foi levada também para as novas costas juntamente com os colonizadores.

A OTAN começou por ser uma simples aliança de defesa contra a União Soviética e, quando a União Soviética caiu, ao invés de a OTAN se desmantelar também, ela obteve um novo propósito, um propósito bem agressivo: Por um lado, o complexo industrial-militar lucrou enormemente com guerras encenadas contra “inimigos” inventados e, por outro lado, as corporações multinacionais podiam chegar depois e pegar no que quisessem.

É tudo muito sinistro, e as populações dos EUA, Reino Unido e UE não se apercebem disso. Elas não sabem que nada realmente mudou desde a era colonial que terminou com o fim da Segunda Guerra Mundial. A mesma mentalidade dos poderosos continuou na nova era, após a Segunda Guerra Mundial. Deu-se início ao neocolonialismo, que ainda hoje reina entre nós. Só que, agora,  a sua ganância foi expandida para a Ucrânia, para toda a Federação Russa, e até mesmo para a China.

Para fazer com que todos aceitassem os planos malucos da OTAN previstos nessa cúpula de Haia, o agressor inventou um novo inimigo – a Rússia – e começou a repetir constantemente a suposta ameaça mortal que vinha do mesmo. Faça com que as pessoas tenham medo, e você as terá onde bem desejar…

A OTAN é um câncer que deverá ser eliminado juntamente com a arrogância colonial ocidental, o complexo de superioridade e a ganância que, ao longo dos séculos, têm causado imenso sofrimento e inúmeras mortes. Isso só acontecerá quando, na luta entre a Luz e as Trevas, a Luz prevalecer e acabar com todas as formas de violência. E isso dependerá das escolhas de centenas de milhões de indivíduos e de coletividades, não apenas no Ocidente, mas em todo o mundo.