Em consulta popular sem validade legal, mais de 80% dos catalães disseram “sim” à formação de um Estado independente. Governo espanhol não reconhece resultados e classifica votação de “simulacro estéril e inútil”.

Mais de 2 milhões de cidadãos na Catalunha ignoraram o veto do Tribunal Constitucional espanhol e foram às urnas participar de uma consulta popular simbólica sobre a independência da região.

Segundo dados provisórios divulgados na madrugada desta segunda-feira (10/11), após serem computadas 88,44% das mesas de voto, 80,72% das pessoas consultadas responderam “sim” às duas perguntas da consulta: a favor de que a Catalunha seja um Estado e de que esse Estado seja independente.

Com a opção “sim” a que a Catalunha seja um Estado, mas “não” a que seja independente votaram 10,11% dos eleitores. A opção “não” obteve o apoio de 4,55% dos votantes. Votos em branco ou nulos somaram quase 4%.

De acordo com a vice-presidente do governo catalão, Joana Ortega, a participação final deverá girar em torno dos 2,25 milhões de pessoas. Segundo o chefe de governo catalão, Artur Mas, a elevada participação eleitoral fez da jornada um “êxito total”.

Em sua primeira declaração após o fechamento das urnas, Mas disse que “a Catalunha deixou muito claro, mais uma vez, que quer se autogovernar (…). Queremos decidir nosso futuro político e queremos que este direito nos seja reconhecido.”

O governo espanhol, por sua vez, que se opôs desde o início à convocação de um referendo sobre a autodeterminação da Catalunha, classificou a votação de um “simulacro estéril e inútil” e não reconheceu a validade dos dados divulgados pelo Executivo catalão.

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