TEATRO 

Por Alessandra Costa

 

Em torno deste questionamento, o Carranca Coletivo, grupo de atores oriundos da Escola de Teatro Martins Penna, reestreia o espetáculo autoral no Teatro Ipanema até 25 de setembro

 

Vencedor de nove prêmios em festivais, Nabila retorna aos palcos para homenagear as figuras femininas das famílias, abordando temas como o machismo e a desigualdade de gênero. Com apoio do Governo do Rio de Janeiro e da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, a peça fará temporada de 09 a 25 de setembro, no Teatro Ipanema (sextas e sábados às 20h e domingos às 19h), com entrada gratuita.

Quem são as mulheres que habitam você? Este é o questionamento que Nabila traz a todas as pessoas, independente do gênero. As figuras femininas de nossas famílias estão representadas por personagens de três gerações. Nabila é a avó que nos primeiros sinais de demência passa a morar com sua filha e netos. Com poesia e simplicidade, o espetáculo convida a plateia a mergulhar num mar de afeto e memórias relacionadas às mulheres. Nabila é um abraço apertado naqueles que deixaram saudade, ao abordar o luto com leveza, poesia e resiliência.

A obra propõe a reconexão com o feminino como caminho para construção de relações mais igualitárias que reduzam o machismo e a violência contra a mulher. A mulher brasileira é uma das que mais sofrem com a violência doméstica em todo o mundo. De acordo com as estatísticas públicas, o Brasil ocupa a quinta posição no ranking do feminicídio. O Instituto Datafolha realizou uma pesquisa onde revela que cerca de 17 milhões de mulheres sofreram violência física, psicológica ou sexual em 2020, período pandêmico no Brasil. A pesquisa revela também que as mulheres sofreram mais violências nas próprias casas e que os autores são pessoas conhecidas, em sua maioria, companheiros das vítimas.

Primeiro espetáculo autoral do Carranca Coletivo, grupo de artistas formados na centenária Escola de Teatro Martins Penna, Nabila conta com parcerias de excelência artística, como Analu Prestes na direção de arte, Fernanda Mantovani na iluminação e Instituto Michael Chekhov Brasil na consultoria Artística. A peça foi apresentada em alguns festivais e além dos nove prêmios obtidos como de Melhor Espetáculo, Melhor Direção e Melhor Atriz no Festival Nacional de Teatro de Duque de Caxias (2019) angariou ainda, várias indicações. O Carranca também venceu o Prêmio Especial de Melhor Atuação de Elenco no 44º FENATA – PR.

SINOPSE

Com o avançar da idade e devido a sinais de demência, Nabila vai morar com sua filha e netos, que passam a cuidar dela. Sua chegada faz a família mergulhar em uma jornada de conflitos, amor e cuidado. Uma montanha russa de experiências de vida e também, de morte, com as quais toda a família tem de lidar. É um apelo ao reencontro com o eu interior de cada um, a fim de se reconectar com as personagens femininas que marcaram suas histórias de vida.

SERVIÇO

Temporada: 09 a 25 de setembro – Horário: sextas e sábados às 20h, domingos às 19h

Local: Teatro Ipanema – Rua Prudente de Morais, 824 – Ipanema

Duração: 60 minutos – Classificação indicativa: 12 anos

Ingresso: Entrada gratuita

Informações: @carrancacoletivo / (21)97127-2505

FICHA TÉCNICA

Direção: Fernanda Báfica e Juracy de Oliveira

Dramaturgia: Fernanda Báfica e Gabriel Aquino

Consultoria Artística: Hugo Moss e Thaís Loureiro | Michael Chekhov Brasil

Elenco: Araci Breckenfeld, Diana Deyse, Elizândra Souza e Thiago Carvalho

Direção de Arte: Analu Prestes

Iluminação: Fernanda Mantovani

Concepção e Criação Musical: Cayê Milfont

Colaboração de Movimento: Morena Paiva

Criação e execução da colcha de memórias e bordados: Analu Prestes

Operadora de luz: Natally do Ó

Voz em off: Maria Guedes dos Santos

Assessoria de Imprensa: Alessandra Costa

Direção de Produção: Leandro Fazolla

Realização: Carranca Coletivo