ARTES VISUAIS

Por CWeA Comunicação

 

As questões contemporâneas atravessam os trabalhos apresentados no estande da Galeria Movimento. O comportamento do indivíduo quando está inserido em uma multidão – real ou virtual –, a luta antirracista, a busca de visibilidade para populações excluídas de políticas públicas, memória, esquecimento, ancestralidade, noções do microcosmo e do universo, núcleo, nuclear, explosão, a necessidade de humanização da cidade, os jogos de poder que opõem feminino e masculino, são alguns elementos contidos nas pesquisas dos artistas apresentados neste espaço na SP Arte.

 

Galeria Movimento na SP Arte 2022 

6 a 10 de abril de 2022

Stand: G21

Pavilhão da Bienal, Parque Ibirapuera (portão 3), São Paulo

 

A Galeria Movimento participa da 18ª edição da feira SP Arte apresentando as produções dos artistas Arthur Arnold (1984, Rio de Janeiro), Hal Wildson (1991, Aragarças, Goiás), Jan Kaláb (1978, Praga), Marcos Roberto (1989, Bauru, São Paulo), Mateu Velasco (1980, Nova York), Pedro Carneiro (1988, Rio de Janeiro), Tinho (1973, São Paulo) e Viviane Teixeira (1976, Rio de Janeiro).

A pintura é uma das técnicas de maior representação neste recorte proposto pela Galeria Movimento em seu estande na SP Arte 2022. Em meio a outros suportes, a pintura permite traçar alguns caminhos para refletirmos sobre encontros, desejos e rupturas. Diante disso, destacamos artistas de diferentes regiões que nos transportam para um espaço de criação de alternâncias em tempos complexos, como formas de expressão e possibilidades de mudança.

OBRAS EM DESTAQUE:

Marcos Roberto (1989, Bauru, São Paulo) apresenta “Poder” (2022), escultura em metal, 290 x 60 c

(Foto de capa da matéria)

Nascido em Bauru, São Paulo, Marcos Roberto se mudou para a capital em 2013, para cursar artes visuais na Faculdade Paulista de Artes (FPA). ​Desde seu retorno para o interior paulista em 2017, vem utilizando como base para a elaboração de suas obras materiais que são habitualmente descartados. Imerso no âmbito da reciclagem e valorizando os diversos recursos locais advindos desta prática, utiliza em suas obras o metal, papelão, madeira e concreto. ​Autodeclarado “artista, ativista e antirracista”, tem em suas obras uma crítica política e social explícita. Sua arte incomoda, provoca e instiga, através da reflexão sobre as mazelas da sociedade e a procura pela visibilidade às populações excluídos de políticas públicas. Isto está refletido em sua mais recente série “Cotidiano”, onde usa como matéria base e como alerta as placas de sinalização de trânsito. Marcos participa da importante exposição coletiva “Carolina Maria de Jesus: um Brasil para os brasileiros”, no Instituto Moreira Salles, São Paulo, com curadoria de Hélio Menezes e Raquel Barreto (25/9/2021 a 3/4/2022).

 

Arthur Arnold (1984, Rio de Janeiro, vive e trabalha em São Paulo) e apresenta “Bloco” (2021), argamassa sobre tela, 150 x 160 cm (59 x 63 in)

 

Sobre a série “Massas Humanas”, em que o artista aplica argamassa na tela repetindo o gesto de um pedreiro, Arthur Arnold diz: “Em minhas pinturas retrato a paisagem humana formada por multidões. Por meio de uma pintura gestual, distorço e desfiguro características individuais para criar a sensação da massa humana. Para tal, uso grandes quantidades de argamassa misturada com pigmentos, moldando camadas espessas, muitas vezes com alguns centímetros de espessura. Não quero discutir as motivações específicas de cada massa, mas o que acontece com o indivíduo quando está inserido em seu contexto. Quero pensar sobre o porquê de nos deixarmos ser absorvidos por suas identidades de grupo, sejam elas quais forem. A experiência da massa é libertadora. Ela nos livra momentaneamente do peso de nossos egos. Com meu trabalho trago uma reflexão ao público sobre os perigos e belezas que há nisso”.

Arthur Arnold nasceu no Rio de Janeiro em 1984. Formou-se bacharel em Artes Visuais pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) em 2008. Durante a graduação, estudou por um ano na Universidade Bauhaus em Weimar, na Alemanha. Em 2013, venceu o Concurso de Arte Contemporânea do Itamaraty. Em 2014, foi selecionado para a oitava edição da residência Red Bull Station, em São Paulo. Em 2016, esteve entre os ganhadores do Arte Pará 35. Em 2017, foi convidado pelo cantão e pela cidade de Zurique, em parceria com o Gastatelier Gleis 70, para uma residência patrocinada na cidade. Entre suas principais exposições individuais estão “Em meio à multidão me perdi em mim” (2019), no Sesc Santana, São Paulo, “Massas” (2018), “Estado de sítio” (2014) e “A fragilidade do poder” (2012), as três na Galeria Movimento. Entre suas principais coletivas destacam-se, “A primeira de muitas” (2016) no espaço Saracura, no Rio de Janeiro, “Estranhamentos” (2015), no Centro Cultural da Justiça Federal, no Rio, e “O mais esnobe dos escolásticos” (2013), na Galeria Um Zero Três, em São Paulo. Suas obras podem ser encontradas em coleções como a do MAR (Museu de Arte do Rio de Janeiro), do Itamaraty, em Brasília, e da Universidade Cândido Mendes, no Rio de Janeiro.

 

Hal Wildson (1991, Aragarças, Goiás, vive e trabalha em São Paulo) apresenta “Memória Impermanente”, série “Utopia Original” (2021), datilografia e carimbo sobre papel algodão, 126 x 132 cm

 

Artista goiano, nascido em 1991 na região do vale do Araguaia, fronteira entre Goiás e Mato Grosso,  Hal Wildson é conhecido pela pesquisa acerca dos conceitos de escrita, identidade e a reconstrução de memórias coletivas e autobiográficas atravessadas por questões sociais e políticas. A pesquisa sobre memória e esquecimento é a base de um trabalho que investiga a criação de territórios narrativos por meio de símbolos e documentos usados como ferramentas de construção e reconstrução no campo pessoal e coletivo. Seus trabalhos constantemente embarcam em um processo criativo onde propõe uma nova linguagem, se apropriando das qualidades sensíveis que materiais como a carta, documentos pessoais, carimbos  e a máquina de escrever podem oferecer para elaborar uma partilha de narrativas essencialmente coletivas.

 

Jan Kálab (1978, Praga) apresenta “Solar Bubble” (2022), acrílica sobre tela, 150 x 90 cm

 

Jan Kaláb é um notável artista tcheco oriundo do grafite e da arte urbana, em que teve uma participação central em seu país. Desde 2001 ele cumpre uma intensa agenda internacional de exposições no circuito da arte, e nos últimos dois anos expôs em Xangai, Miami, Bruxelas, Paris, Madri, Basel e Londres, e tem sua primeira individual no Brasil, “Calor”, na Galeria Movimento, no Rio de Janeiro, em cartaz até o dia 14 de maio. Seu trabalho é acompanhado por constantes pesquisas de novas técnicas e estruturas. Através da morfologia geométrica, pintura acrílica precisa ou superfícies em camadas, ele inova e remove fronteiras entre gêneros artísticos.

 

Mateu Velasco (1980, Nova York, EUA, vive e trabalha no Rio de Janeiro) apresenta “Tupi” (2022), acrílica sobre madeira, 162 x 112 cm

Mateu Velasco formou-se em Desenho Industrial pela PUC Rio em 2003, onde também se tornou mestre em Design Gráfico. Começou a trabalhar profissionalmente como ilustrador em 1999. Expandiu sua atuação pintando murais públicos no início dos anos 2000, desenvolvendo uma linguagem própria como artista visual. A arte de Mateu revela uma realidade que vivemos e não percebemos, ativando nossa memória e sensibilidade através de sua poética crítica e conceitual. Repletos de referências do cotidiano urbano, seus trabalhos sinalizam uma insistente necessidade de humanização da cidade que capturam o espectador e o transporta para um mundo de superposições e signos gráficos recortados de elementos do mundo real com caráter lúdico. O resultado é uma colagem de pedaços de memórias que despertam nosso olhar, afirmando sua qualidade etérea. Ao longo dessa jornada, ele colecionou imagens de sua vida diária, transformando-as em desenhos, esboços, rabiscos e vários gráficos.

 

Pedro Carneiro (1988, Rio de Janeiro) apresenta “Habitar o Mundo” (2021), acrílica sobre tela, 100 x 80 cm

Nascido no Rio de Janeiro, em 1988, Pedro Carneiro constrói sua produção pautado nas questões relativas à herança diaspórica afro-latina e a cultura pop. Através de pinturas, intervenções urbanas, instalações e desenhos, seus trabalhos refletem histórias reais e inventadas tendo como ponto de partida o reencontro com sua ancestralidade. Pedro Carneiro é mestrando em Arte e Cultura Contemporânea pela UERJ (Universidade do Estado do Rio de Janeiro), realizou a residência Pesquisa em Artes 2021 do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, foi selecionado para a 13 Bienal do Mercosul, através da Chamada Aberta para a exposição Transe. Participa da exposição “Carolina Maria de Jesus, um Brasil para os brasileiros” no Instituto Moreira Salles, em São Paulo. Possui obra na coleção do Museu de Arte do Rio.

 

Tinho (1973, São Paulo) apresenta “Sofia’s trip” (2019), óleo sobre tela, 200 x 150 cm

Tinho iniciou sua carreira na década de 1980 integrando uma geração de artistas conscientes em assumir a produção da arte urbana como estratégia poética de reconhecimento, não apenas da própria cidade, mas como linguagem potente e equiparável às já tradicionais da história da arte. Sua produção se mostra, junto a outros talentos da época, como precursora. Assim como muitos de sua geração, o artista iniciou sua trajetória pelo grafite, utilizando a própria cidade como suporte. Posteriormente passou a usar a pintura, base da sua formação acadêmica, com mais ênfase, seguida por fotografias e instalações, que têm como elementos centrais os personagens que o acompanham desde cedo. Seu trabalho é contextualizado pelo lugar do ser humano no espaço urbano, atravessado pelo constante clima ácido e crítico de personagens que escondem, por trás da estética amena, a solidão.

 

Viviane Teixeira (1976, Rio de Janeiro) apresenta “Meu coração por você” (“Too high, too far, too soon”), 2022, acrílica sobre tela, 156 x 140 cm

 

A obra de Viviane Teixeira é formalizada em desenho e pintura. Trata-se de um universo ficcional, uma corte fantasiosa na qual a figura feminina é soberana. Nessa corte, os rituais de nobreza se apresentam em narrativas não explícitas sobre os jogos de poder que opõem feminino e masculino, poder e submissão, erotismo e morte, construídos pela associação de estímulos literários, históricos e memórias afetivas. Tais questões estão vinculadas às escolhas cromáticas contundentes, aos objetos associados ao desenho e às formas híbridas e fluidas que remetem a cenas e personagens arquetípicos saídos dos contos de fadas e que travam intensos duelos e diálogos.

 

Serviço: Galeria Movimento na SP Arte 2022 

6 a 10 de abril de 2022

Stand: G21

Pavilhão da Bienal, Parque Ibirapuera (portão 3), São Paulo

Horários para o público:

06 abril (quarta), das 14h às 20h

07 a 09 abril (quinta a sábado), das 14h às 20h

10 abril (domingo), das 13h às 19h

 

Galeria Movimento, Gávea, Rio de Janeiro

Exposição “Calor”, de Jan Kaláb

26 de março a14 de maio de 2022

Entrada gratuita

Rua dos Oitis, 15, Gávea, CEP 22451-050, Rio de Janeiro, RJ

Terça a sexta, das 11h às 19h

Sábado, das 12h às 18h

Telefone – +55 21 2267-5989

WhatsApp – +55 21 97114-3641

contato@galeriamovimento.com.br