Desde o final da URSS, a Rússia tem sido humilhada e ridicularizada pelos EUA e Europa, com seu modo de vida, o consumo globalizado de qualquer tipo de produto: a subcultura eleita a paradigma das liberdades individuais elevadas a categoria kantiana absoluta. Mas a Rússia é historicamente um império asiático e como tal pensa e age.

No Capital, Marx gasta páginas e mais páginas tentando explicar como funciona o modo de produção asiático, suas peculiaridades inerentes à cultura e ao modo de ser daqueles povos. A Rússia é historicamente un império asiático.

E quando liderada por um criminoso de guerra como Putin, tanto a Europa quanto os EUA talvez entendam que seus valores “democráticos” não significam coisa alguma. As sanções econômicas, são como o pirulito negado à criança, nada mais. Apelar às negociações como fórum de “debate” é entendido como mais uma tentativa de enrolação.

Putin fala a língua militar. Foi assim na guerra arrasadora da Chechênia há 20 anos. Na Crimeia, há 10 anos. A Rússia é um império asiático. A alma russa foi descrita pelos seus melhores intérpretes. A alma russa colocou fogo em Moscou para não se subjugar a Napoleão. Em Stalingrado lutou casa por casa e em Leningrado (São Petersburgo) conseguiu sobreviver a quase dois anos de cerco comendo grama e solas de sapatos. A literatura russa conta. Tolstoi conta, Dostoievski conta, Chalamov e Sojenistin contam. Contam de massacres, de resistência à dor, contam do “homem lobo do homem”.

Putin mora no Cremlin, residência do Czar, de Stalin, de Brejniev… Putin declara que a Ucrânia não tem direito à existência e o parlamento inteiro se levanta em sinal de aprovação. Qual outro leader europeu goza do “prestígio” interno como ele? Scholz, com sua aparecia de funcionário público? Boris Johnson e sua expressão bovina? Macron… uh lalá?

Putin demostrou que a Terra é plana porque ele quer que seja assim.

E se a Europa continua pensando que seus valores possam ser exportados para todos, não entendeu absolutamente nada, e hoje, tendo se tornado ignorante, semianalfabeta e barriguda, vai pagar (e vai descontar em nós, países pobres) um preço altíssimo.