NOTA PRETA

 

 

 

Por Mauro Viana

 

 

CANAL ASSOCIAÇÃO CULTURAL REPÚBLICA DO SAMBA ESTRÉIA SÁBADO, 24/04, ÀS 15 hs

O escritor Aldir Blanc no Sal do Samba, 21 anos, responsável pela recuperação do prestígio da Pedra do Sal são atrações de lançamento

O canal da Associação Cultural República do Samba tem a satisfação de convidar a todas as pessoas para um respiro histórico. Tratam-se dos projetos ALDIR BLANC no República Literária do Samba 2002 e SAL DO SAMBA, 21 ANOS. Os vídeos-documentos contam a História do nosso ponto de vista. Confira, você está na nossa tela.

CANAL ASSOCIAÇÃO CULTURAL REPÚBLICA DO SAMBA

Estreia: sábado, 24 de abril – 15hs

ALDIR BLANC no República Literária do Samba 2002

Produção: Mauro Viana/Jimp Comunicação

 

 

Domingo, 25 de abril – 15hs

Sal do Samba, 21 anos

produção: Mauro Rasta (Darcy Mauro dos Santos Souza) / Lual Vídeo

 

 

SAL DO SAMBA, ANOS 2000 ou SÉCULO XXI, A REDESCOBERTA DA PEDRA DO SAL

O projeto Sal do Samba, Anos 2000 ou Século XXI, A Redescoberta da Pedra do Sal completará 22 anos, no Dia Nacional do Samba, dia 2 de dezembro de 2022. Por motivo óbvio e, claro, se a conjuntura de guerra permitir, o primeiro dia da festa de aniversário está marcado para 20 de novembro de 2022, Dia Nacional da Consciência Negra. O segundo encontro será no Dia Nacional do Samba, 2 de dezembro de 2022. Na primeira parte, a programação terá seminário e lançamento de livro. Na sequência, Roda de Samba com os artistas que saíram do projeto Sal do Samba.

Segundo os organizadores, “a festa de 22 anos do projeto Sal do Samba foi a forma que a comissão da Associação República do Samba encontrou para deflagrar campanha em favor da “revisão político-racial da história recente da Pedra do Sal” e, por extensão, da Região Portuária do Rio de Janeiro. Afinal, não se encontram – afirmam – registros sobre a mobilização dos moradores da Região Portuária contra a instalação do Museu Guggenheim (Ex-Prefeito César Maia), em 1998. E o que dizer sobre o apagamento da resistência dos moradores, a partir de 2008, ao Consórcio Porto Maravilha? É importante registrar- concluem – que a posição dos moradores, na verdade, sempre foi contra a gentrificação.

A insatisfação da versão século-21 do “bota-abaixo” (1902) de Pereira Passos, no entanto, ficou restrita às pautas de grupos organizados da Região Portuária. Economicamente, o foco da mídia se agregou à milionária reforma da Região Portuária cujo consórcio de empresas privadas o batizou de Porto-Maravilha. Sucesso de público e de crítica, o chamado Porto Maravilha compra espaços em toda a imprensa corporativa, e por isso, protagoniza um festival de manchetes, nas mais diversas plataformas midiáticas.

Na outra ponta da trama, está a comunidade acadêmica de várias áreas do conhecimento (História, Economia, Direito, Comunicação, Sociologia, Antropologia). Na esteira do sucesso do empreendimento público-privado, o mundo da pesquisa acadêmica descobriu a Pedra do Sal, em 2012 e, por extensão, a Pequena África. Acredite-se ou não, os bancos de teses de várias universidades, muito bem conceituadas, estão repletos de pesquisas comprovadamente científicas sobre o “renascimento” da Pedra do Sal, a partir de 2011. O marco inicial é unânime: Porto Maravilha. Em quase sua totalidade, as monografias, dissertações e teses (2010 a 2015) não apresentam o capítulo Sal do Samba, Anos 2000 ou Século XXI, A Redescoberta da Pedra do Sal. Como a história se repete, muitas vezes, o tempo todo, o consórcio acadêmico-midiático-governamental construiu uma historiografia da Zona Portuária carioca (a partir da primeira década do anos 2000) conforme a própria conveniência.

Felizmente, o mesmo grupo político, que se reuniu para barrar o Guggenheim, no final do século passado; que denunciou a gentrificação do tal Porto Maravilha, é o mesmo grupo que decidiu revisar a história da Pedra do Sal e da Região Portuária, na própria Pedra do Sal, nos dias 20 de novembro de 2022 e, no dia 2 de dezembro de 2022.

PROGRAMAÇÃO 2022:

20 de novembro 2022

9hs – credenciamento / boas vindas

10hs – Seminário Sal do Samba, 22 anos: Ação Cultural Libertadora da Comunidade Negra da Região Portuária contra um conjunto “políticas públicas” eugenistas da branquidade patriarcal hétero-normativa

12h – almoço

14h – Seminário Sal do Samba, Anos 2000 ou Século XXI, A Redescoberta da Pedra do Sal

16h – Lançamento do Livro Sal do Samba, Anos 2000 ou Século XXI, A Redescoberta da Pedra do Sal (Comissão Organizadora)

19 – Roda de Samba – Grupos Sal do Samba e República Digital do Samba

02 de dezembro de 2022

9hs – credenciamento / boas vindas

10hs – Seminário Sal do Samba: Ação Cultural Libertadora da Comunidade Negra da Região Portuária contra um conjunto “políticas públicas” eugenistas da branquidade patriarcal hétero-normativa – PARTE 2

14h – Seminário Sal do Samba, Anos 2000 ou Século XXI, A Redescoberta da Pedra do Sal

16h – Lançamento do Livro Sal do Samba, Anos 2000 ou Século XXI, A Redescoberta da Pedra do Sal (Comissão Organizadora)

19 – Roda de Samba – Grupos Sal do Samba e República Digital do Samba

Comunidade Negra da Saúde recupera prestígio da Pedra Sal, nos anos 2000.

PEDRA DO SAL DO SAMBA, MEMÓRIA SOCIAL

Depois de mais de duas décadas de ostracismo, a Pedra do Sal (Patrimônio Cultural, 36 anos de tombamento) volta, no ano 2000, ao roteiro turístico do país, através de aguerridos agentes culturais da Comunidade Negra da Região Portuária da cidade do Rio de Janeiro.

Coincidentemente ou não, os agentes culturais responsáveis pela retomada da Pedra do Sal, no finalzinho do século XX, são descendentes do povo Gêge-Nagô, como seus ancestrais: Pixinguinha, Donga, João Baiana, Sinhô. Mestres da ancestral, eram assíduos frequentadores da Pedra do Sal, nas décadas de 1920 e 1930 do século passado. Referências e protagonistas do projeto Sal do Samba, Pixinguinha, Donga, João da Baiana e Sinhô tiveram suas obras pesquisadas, estudadas e divulgadas, no projeto comunitário Sal do Samba, na Pedra do Sal entre os anos 2000 e 2008.

Além de apresentações de obras musicais de Pixinguinha, Sinhô, Donga e João da Baiana para as novas gerações, o Sal do Samba recuperou outra tradição carioca: a dobradinha Feijoada & Samba. Inexplicavelmente, fazia décadas que a tradicional invenção carioca caíra, em desuso, até mesmo no seu nascedouro: as quadras das principais Escolas de Samba do Rio de Janeiro.

Por esta razão, o projeto comunitário da Associação dos Moradores da Saúde, Sal do Samba, ocupa na recente história da cultura popular do Rio de Janeiro, o lugar de plataforma de difusão da produção musical dos gêneros lundu, maxixe e samba das décadas de 1920, 1930 e 1940.

Para além de preservar a cultura musical de artífices da cultura musical carioca, o Sal do Samba  teve o mérito de lançar novos talentos como Márcia Moura, Grassa Rangel, Adriana Passos, Julieta Brandão e Grupo Panela Di Barro, entre vários outros.

Frequentado por intelectuais, pesquisadores e turistas estrangeiros, o projeto Sal do Samba promoveu uma Roda de Samba de mestres e discípulos. Na galeria dos mestres figuravam: os saudosos Cláudio Camunguelo. Flautista, compositor e estivador, Camunguelo teve como parceiros musicais Nei Lopes e Zeca Pagodinho. O Sal do Samba se converteu, ainda, em palco-cativo para o cronista do samba, nascido no Morro da Providência, Djalminha da Providência. Histórico intérprete da Escola de Samba União da Ilha do Governador, Haroldo Melodia, em vida, recebeu todas as homenagens do Sal do Samba. Inédito, este capítulo da recente histórica da Pedra do Sal, cuja comunidade negra da Saúde viveu e ajudou a construir, está nas páginas de Sal do Samba, anos 2000 ou Século XXI, A Redescoberta da Pedra do Sal.

Sal do Samba: Fragmentos da História

O mítico ano 2000 ostenta um marco cultural na História da Região Portuária do Rio de Janeiro. Naquele ano nascia o projeto Sal do Samba. Iniciativa popular da Associação de Moradores da Saúde. De imediato, a equipe comunitária de o Sal do Samba estabeleceu como missão atrair o foco do Poder Público para a Pequena África, em geral e, em particular, para a Pedra do Sal. Motivo: Toda a Região Portuária estava em completo abandono. As três instâncias governamentais (Municipal, Estadual e Federal) desanexaram a Pequena África do roteiro de Políticas Públicas.

Se a missão era a recuperação histórica de um Patrimônio, a um só tempo, material e imaterial, a visão estava ligada ao sagrado que a Pedra do Sal representa, na Cosmovisão Africana. Por esta razão, fora constituída uma Comissão Cultural de Reinserção da Pedra do Sal, no roteiro turístico cultural da cidade do Rio de Janeiro. Na comissão estavam: Mauro Viana (jornalista), o produtor cultural, Mauro Rasta Santos, MariLucia Luzia (conselheira Tutelar), o fotógrafo, Maurício Hora e Damião Braga (à época Presidente da Associação de Moradores da Saúde).

As reuniões emergenciais da equipe com o jornalista, Mauro Viana, na Associação Brasileira de Imprensa – ABI – resultaram na aprovação de várias ações. A principal, no entanto, foi batizada como Sal do Samba, cujo projeto leva a assinatura de Mauro Viana, Maria Lucia Luzia e Mauro Rasta Santos.

No belo domingo de sol do mês de maio, dezenas de Yalorixás, capoeiras, artistas, intelectuais e pesquisadores da cultura popular, viveram a estreia de o Sal do Samba com o Grupo Panela Di Barro. Periodicidade mensal, os encontros comunitários do Sal do Samba reuniam um número cada vez maior de amigas e amigos. Talhado na cultura bantu, em pouco tempo, o Sal do Samba recuperou a psicoesfera sagrada da Pedra do Sal. O poder da Comunicação Popular converteu o Sal do Samba, na Pedra do Sal, em território de encontros de nações e culturas africanas.

Sob as bençãos do matriarcado africano

Wilson Moreira, por exemplo, e esposa, Ângela Moreira, se integraram à família Sal do Samba desde de sempre. Na verdade, o Sal do Samba tem Ângela Moreira como madrinha. Afinal, ela produziu vários encontros sambísticos, na Pedra do Sal,nos anos 1980. Além de do casal Moreira, o Sal do Samba recebia, todos os meses, as “bênçãos” de Tia Surica (A Portela nem sonhava em reeditar sua feijoada), Vó Maria (Nem pensava em gravar seu primeiro CD), Lígia Santos (filha de Donga), Ekéde Maria Moura ( Viúva de Paulo Moura), Délcio Teobaldo (Músico, Escritor e Cineasta), Mestre Arerê e seus Capoeiras, Geisa Kety (Filha de Zé Kety), Beth Carvalho.

Agregador, Sal do Samba estendeu seu prestígio para os Morros da Conceição, Morro da Pedra Lisa, Morro do Santo Cristo e Morro da Providência. O produtor cultural, Mauro Rasta promovia passeios guiados para estas localidades históricas. Além da feijoada, da programação turística e de viver o samba dos anos 1920, 1930 e 1940, o público tinha direito às palestras de acadêmicos e pesquisadores. Quer nomes? Ei-los: Filósofa Helena Theodoro, Professora Lígia Santos (filha de Donga), Pesquisador Haroldo Costa, entre vários outros nomes.

REPÚBLICA DO SAMBA, 2022 – HISTÓRIA DA MEMÓRIA

Há 22 anos, o projeto República do Samba opera como multiplataforma da cultura do samba através de várias linguagens e diversos campos do conhecimento. Passada a pandemia, o complexo cultural  República do Samba, 23 anos: audiovisual, jornalismo e música retornará com as várias ações, nas seguintes áreas:

1) MOVIMENTO NEGRO

SAMBA DA REPÚBLICA PRETA

A pretensão é reconstituir o clima político-cultural-festivo dos clássicos PAGODE DA TIA DOCA (Oswaldo Cruz), CANTINHO DA FOFOCA (Botafogo), URUGUAI NÚMERO 1, (Tijuca), SUVACO DE COBRA (Penha),  SAL DO SAMBA (Pedra do Sal), PAGODE DO LEÃO (Estácio), entre vários outros. (Estácio).

Além disso, constará no repertório, todos os compositores da galeria do República do Samba, 21 anos: Walter Alfaiate (Sacode Carola), Cláudio Camunguelo (Fingi Que Morri), Darcy da Mangueira (Mundo Encantado de Monteiro Lobato), Seu Xangó da Mangueira (Moro na Roça), Valdir 59, Seu Argemiro, Seu Jair do Cavaquinho, Zé Kety (Portela).

2) COMUNICAÇÃO DIGITAL: Canal Associação Cultural República do Samba

3) TERCEIRO SETOR: Associação Cultural República do Samba do Brasil

4)MEMÓRIA: República do Samba, 23 anos – Lançamento do livro, no dia 02/12/2022

5) EDUCAÇÃO: República Literária do Samba – A história do samba carioca em oficina lítero-musical.

6) Seminário SAL DO SAMBA, anos 2000 ou Século XXI: A retomada da Pedra do Sal – 02/12/2022

7) CARNAVAL – Pré-Carnavalesco República do Samba, 23 anos – sáb. 28/11/2022

8) FESTIVAL REPÚBLICA DO SAMBA SOBRE RODAS:- 09/05/2022

homenagens:

Varandão da Tia Rosa nas Comunidade Nova Iguaçu

Baluartes de Turiaçu: Em 2006, a roda de samba do Samba abriga a comunidade artística do bairro de Turiaçu.

Trem da Harmonia: O samba como dispositivo de ligação entre as 13 cidades da Baixada Fluminense

9) ACADEMIA 2021 – Grupo de Estudos – Pesquisa e Análises de dissertações e teses.

(Mauro Viana – republicadosamba@gmail.com)

2022: Livro celebra os 23 anos do República do Samba

Em fase de pré-produção das edições de 2022 do República do Samba, 23 anos ou Rep. Samba.10, como preferem as dezenas de milhares de jovens, seguidores do jornalismo temático.

Mensais e digitais, os encontros ocupam os Clubes, Centros Culturais, Universidades, Casas de Shows, Bares e Associações de Classes. O formato permanece o mesmo, desde de seu nascimento, no dia 7 de maio de 1999, no Museu da República. Ou seja: vídeo palestra, jornalismo e música. A novidade, no entanto, fica por conta da participação de um grupo de teatro.

O grupo está ensaiando um cortejo, para promover um grande abraço aos Centros Culturais antes e depois de cada edição do República do Samba. O Cortejo irá apresentar a programação de 2022 e os projetos derivados do jornalismo. Os próximos homenageados do República do Samba, 23 anos, serão: Pixinguinha, Jorge Camunguelo, Roberto Ribeiro, Beto Sem Braço, Jovelina Pérola Negra, Deni de Lima, Jorge Presença, Tia Doca, Walter Alfaiate, Seu Jair do Cavaquinho e Seu Argemiro, Darcy da Mangueira e Seu Xangô da Mangueira, Gege da Mocidade, Aldir Blanc, Ivan Milanez, Reina Muzza e vários outros.

Quanto aos novos projetos, se destacam: o novo site, a Associação Cultural República do Samba e o livro, República do Samba, 23 anos. O livro será uma coletânea de centenas de entrevistas nestas 2 décadas do República do Samba. Os causos e as pérolas, claro, também serão reproduzidos. Eis um aperitivo:

Em 2001, o grupo Família Roitman dividiu o palco com grandes mestres do samba. Entre várias pérolas, o grupo Família Roitman lembrou uma passagem com Nelson Sargento.

Estavam, eles, no camarim aguardando o chamado. Do nada, um dos jovens do Família Roitman saiu-se com essa: “Estou cansado de esperar. Estamos, aqui, desde da parte da manhã.” Surpreso com o cansaço do jovem, Nelson Sargento não perdeu a piada: “E eu que estou aqui desde 1924”. Além do livro, constam ainda: grupo musical, bloco e a versão paulista do República do Samba. A cidade mais importante do Brasil será a nova sede do RS.20. As negociações estão bem adiantadas.

História

Por adequação logística, em 2010, o República do Samba se acomodou no casarão que abriga o Centro Cultural Laurinda Santos Lobo, em Santa Teresa. Nascido no asfalto, o República do Samba descobriu o morro somente no dia 18 de dezembro de 2010. Centenas de pessoas foram assistir a homenagem a Xangô da Mangueira. A programação constou de debate (Sonia Ferreira, viúva; Tânia Malheiros, intérprete e discípulo e parceiro, Tantinho da Mangueira e a afilhada, Márcia Moura). Depois da exibição do vídeo e do debate, a obra de Xangô da Mangueira ressoou ladeira acima.

Zé Ketti foi o homenageado seguinte. O neto, Rodolfo Meirelles, comandou a Roda de Samba e a emoção, em torno, da obra do avô. Fazia uma linda tarde sol naquele dia 22 de janeiro.

Depois vieram, em março, Samba das Yabás – tributo a Clara Nunes, Jovelina Pérola Negra e Dona Ivone Lara. As cantoras Grassa Rangel, Margarete Mendes e Tia Rosa cantaram a alma de cada uma delas.

Exatamente, no dia de São Jorge e no dia de aniversário de Pixinguinha, 23 de abril, Dia do Choro, o Grupo Cochichando conclamou aos presentes a acender as velas para São Jorge, Pixinguinha e Camunguelo.

República Literária do Samba – Pesquisadores e Escritores

República Literária do Samba: Marília Trindade Barboza, Nei Lopes, Rubens Confete, Hiram Araújo (in memorian), Ricardo Cravo Albin, Haroldo Costa, e o poeta Mário Chagas. Chagas lançou, na estreia do República Literária do Samba, em 2009, o livro Língua de Fogo.